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Suspensão de tarifas comerciais entre EUA e China entra em vigor esta quarta-feira

há 3 horas

A redução temporária de direitos aduaneiros entre os EUA e a China inicia na quarta, oferecendo uma pausa na guerra comercial que tem impactado a economia global.

Suspensão de tarifas comerciais entre EUA e China entra em vigor esta quarta-feira

A partir de quarta-feira, a suspensão de tarifas aduaneiras entre os Estados Unidos e a China, que esteve em vigor por 90 dias, será oficialmente implementada, segundo anunciaram os dois países em uma declaração conjunta divulgada após dois dias de negociações em Genebra, Suíça.

Na referida declaração, ambas as nações comprometeram-se a criar um mecanismo para continuar o diálogo sobre as suas relações comerciais e económicas.

A Presidência dos Estados Unidos expressou satisfação quanto ao que considera ser um novo acordo comercial com Pequim, sem, no entanto, entrar em muitos detalhes.

Em termos práticos, os Estados Unidos e a China acordaram suspender sobretaxas de 115 pontos percentuais que impuseram uma à outra nas últimas semanas, num contexto de um conflito comercial iniciado pelo Presidente Donald Trump desde abril.

Com esta decisão, as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses serão temporariamente reduzidas para 30%, enquanto que as tarifas chinesas sobre os produtos dos EUA descem para 10%. Este anúncio foi feito hoje em Genebra por Jamieson Greer, representante comercial dos Estados Unidos.

A notícia de uma "trégua" trouxe alívio aos mercados financeiros, resultando numa subida de mais de 3% na bolsa de Hong Kong logo após o anúncio. O dólar norte-americano, que tinha sofrido com a guerra comercial, também viu uma recuperação face ao iene e ao euro.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que nenhuma das partes deseja uma dissociação económica, enfatizando que Washington busca uma relação comercial mais equilibrada. Ele também notou que as barreiras introduzidas criaram uma espécie de embargo ao comércio entre os dois países.

O Ministério do Comércio da China declarou que a redução das tarifas é "do interesse comum do mundo", celebrando o que considerou ser "progressos substanciais" nas negociações com os EUA.

As discussões em Genebra foram o resultado do diálogo entre representantes de alto nível, incluindo Bessent e Greer pelos EUA e o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng pela China. Esta foi a primeira reunião face a face desde que Trump impôs tarifas de 145% sobre produtos chineses, aumentando as tensões comerciais.

Pequim respondeu a essas tarifas com novas taxas de 125% sobre produtos norte-americanos, o que intensificou a disputa. Bessent sublinhou que as negociações decorreram com "grande respeito" e que o resultado indica que nenhuma das partes deseja um colapso económico.

No domingo, He Lifeng mencionou progressos significativos nas conversas, que descreveu como "francas, profundas e substanciais". O conflito comercial entre as duas potências tem perturbado os mercados financeiros globais e gerado temores de inflação nos EUA e de desaceleração económica.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) considerou as conversações como um "importante passo em frente" e espera que seja um sinal positivo para o futuro.

As reuniões ocorreram à porta fechada na residência do representante suíço nas Nações Unidas, situada na margem do lago de Genebra, e tiveram lugar logo após Trump ter anunciado um acordo comercial com o Reino Unido, que é o primeiro desde a imposição de tarifas consideradas "proibitivas" a nível global.

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#TréguaComercial #EUAChina #AcordoEconómico