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Sociedade Civil Guineense Alerta sobre Conivência da CPLP e de Portugal com Regime de Embaló

O coletivo guineense Firkidja de Pubis expressa indignação pelo apoio da CPLP e de Portugal ao governo de Umaro Sissoco Embaló, acusando-os de promover o autoritarismo e violações dos direitos humanos.

há 3 horas
Sociedade Civil Guineense Alerta sobre Conivência da CPLP e de Portugal com Regime de Embaló

O Coletivo de Estudantes e Trabalhadores Guineenses Firkidja de Pubis manifestou hoje a sua profunda indignação em relação ao apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e de Portugal ao regime de Umaro Sissoco Embaló, caracterizando-o como um "ditador" que perpetua o autoritarismo e gera contínuas violações dos direitos humanos na Guiné-Bissau.

Num manifesto apresentado na sede da CPLP e dirigido ao secretário executivo, Zacarias da Costa, o coletivo argumenta que o governo de Embaló tem cerceado as liberdades democráticas e que a CPLP é negligente na defesa dos seus princípios fundamentais.

O documento foi elaborado à luz da próxima XV Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP, marcada para o dia 18 de julho, em Bissau. Desde a sua auto-inauguração como Presidente da República em 27 de fevereiro de 2020, Embaló tem imposto um clima de perseguições políticas, utilizando a justiça como arma contra dissidentes.

O coletivo Firkidja de Pubis destaca casos alarmantes, como raptos, espancamentos e assaltos a partidos e órgãos de comunicação que se opõem ao regime. Além disso, critica o apoio público dado por Portugal, que tem incluído encontros oficiais entre líderes portugueses e Embaló, sem que se tenha resolvido a contenda eleitoral que envolveu a sua eleição.

Recentemente, a decisão de Embaló de dissolver a Assembleia Nacional Popular, em dezembro de 2023, foi vista como uma violação das normas constitucionais, apenas reforçando a consolidação de um regime totalitário.

Ainda assim, o Firkidja de Pubis lamenta que as queixas feitas junto de instituições internacionais, incluindo a CPLP e a ONU, não tenham gerado mudanças, permitindo que o regime de Embaló continue a operar com o apoio tácito destas organizações.

Por último, o coletivo recorda as advertências de figuras proeminentes de Timor-Leste, que alertaram para os riscos que a CPLP corre ao realizar a sua cimeira num estado regido por um governo que atenta contra a ordem democrática e constitucional.

O manifesto é, portanto, um apelo à CPLP, destacando que o povo guineense está atento à cumplicidade com um regime que destrói os alicerces da democracia. A realização da cimeira em Bissau é vista como um esforço para desviar a atenção dos guineenses e da comunidade internacional da real situação do país.

Com a sua escolha, a CPLP está a se posicionar como inimiga do povo guineense, reforçando um regime autoritário e apostando no seu enfraquecimento no seio dos Estados-membros.

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