Lula compara Trump a Bolsonaro e critica tarifas impostas aos produtos brasileiros

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma declaração contundente ao afirmar que, se Donald Trump fosse brasileiro e tivesse promovido uma invasão semelhante à do Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021 nos Estados Unidos, seria detido. Durante um evento dirigido a pescadores artesanais e agricultores no estado do Espírito Santo, Lula sublinhou: “Se Trump fosse brasileiro e tivesse aqui um Capitólio, com certeza seria preso pelo que fez”.

Esta afirmação surge em contexto de acusações contra Jair Bolsonaro, ex-Presidente do Brasil, que enfrenta um processo judicial relacionado com o ataque a instituições democráticas em Brasília a 8 de janeiro de 2023, episódio que lembrou os acontecimentos nos EUA um ano antes.

Lula da Silva não poupou críticas a Bolsonaro, referindo-se a ele de maneira desdenhosa e questionando o comportamento de Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos a fazer lobbying em favor do pai e a apoiar tarifas de 50% impostas por Trump sobre produtos brasileiros. “Que tipo de homem é esse?”, questionou Lula, ao mesmo tempo que alertou: “É necessário que essas pessoas sintam um pouco de vergonha”.

O chefe de Estado brasileiro comentou ainda sobre o processo judicial que pesa sobre Bolsonaro, assegurando que “ele será julgado com base nos fatos”. “Se for inocente, será absolvido como eu fui; mas se for culpado, cumprirá pena tal como qualquer cidadão deveria”, acrescentou.

Em resposta às recentes tarifas anunciadas por Trump para entrarem em vigor a partir de agosto, Lula expressou sua intenção de negociar, mas deixou claro que tomará medidas de reciprocidade, reafirmando a determinação do Brasil em proteger seus interesses: “Este país não se curvará diante de ninguém. Ninguém assusta o Brasil com bravatas”, afirmou, destacando o apoio da população brasileira perante provocações externas.

Ainda sobre a relação comercial com os EUA, Lula mencionou um défice na balança comercial no comércio e serviços, insinuando que deveria ser Trump a ser taxado nas suas ações.