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Quatro mortos e 11 desaparecidos em ataque dos Hutis a navio mercante

Um ataque do grupo rebelde Huti no Mar Vermelho resultou em quatro mortos e 11 desaparecidos, incluindo a captura de marinheiros. A escalada de violência ameaça rotas comerciais cruciais.

11/07/2025 23:55
Quatro mortos e 11 desaparecidos em ataque dos Hutis a navio mercante

A missão naval da União Europeia (UE) no Mar Vermelho anunciou hoje que quatro pessoas perderam a vida e 11 estão desaparecidas após um ataque contra o navio cargueiro de bandeira liberiana, Eternity C, realizado pelos Hutis, um movimento iemenita apoiado pelo Irão.

A Operação Aspides da UE revelou que até ao momento foram resgatadas dez pessoas, entre elas, oito tripulantes filipinos, além de um grego e um indiano que faziam parte da segurança da embarcação. Porém, 15 pessoas continuam desaparecidas, incluindo os quatro que são dados como mortos.

A missão alertou todos os navios nas proximidades para que estejam atentos. Os Hutis afirmaram ter feito reféns entre a tripulação, enquanto a Embaixada dos EUA no Iémen denunciou que os marinheiros foram "raptados". Este ataque representa a maior perda de vidas em ações marítimas perpetradas pelos Hutis até à data, numa rota comercial que movimenta anualmente uma carga avaliada em 1 bilião de dólares.

Os rebeldes justificaram os seus ataques como um apoio aos palestinianos na Faixa de Gaza, ligando as suas ações ao conflito atual entre Israel e o Hamas. O Eternity C foi alvo de ataque após o naufrágio do Magic Seas, num episódio semelhante ocorrido no fim de semana anterior.

Nem a força naval europeia nem os EUA prestavam escolta aos navios no momento dos ataques. António Guterres, secretário-geral da ONU, condenou vigorosamente a escalada da violência no mar Vermelho, sublinhando que estas ações constituem um sério risco para a segurança das operações civis e apelando aos rebeldes para que não interferissem nas buscas pelos desaparecidos.

Abdulmalik al-Huthi, líder dos rebeldes, afirmou que os afundamentos de navios servem como um alerta claro para as companhias que transportam mercadorias para Israel, prometendo que nenhuma empresa irá operar na área de operações sem enfrentar consequências.

Os ataques em curso pelos Hutis, integrados no "eixo de resistência" apoiado pelo Irão, têm aumentado de frequência desde a escalada do conflito na Faixa de Gaza, realizando centenas de ataques contra Israel e a navegação comercial. Apesar de uma pausa nas ofensivas, os Hutis reafirmaram a sua intenção de continuar com as ações até que Israel cesse as operações em Gaza.

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