Sindicato da PSP solicita ação urgente sobre o aumento de suicídios

No decorrer de um ofício dirigido à ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e com conhecimento de quem dirige a Polícia de Segurança Pública, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) expressou a sua preocupação com o crescente problema dos suicídios entre os agentes da PSP.

O presidente do sindicato, Paulo Santos, explicou à Lusa que o objetivo do documento é chamar a atenção para a urgência da questão e indagar sobre as ações que estão a ser implementadas para enfrentar esta situação alarmante.

Embora o sindicato não pretenda alarmar, dada a delicadeza do tema, Paulo Santos enfatizou que “não se observa um esforço prático por parte da PSP”.

“Embora exista um gabinete de psicologia e uma estratégia definida, os resultados ainda estão aquém do esperado”, adiantou, sublinhando que seria fundamental que a tutela convocasse os sindicatos para discutir a problemática.

O ofício relembra que a ASPP já apresentou uma queixa junto da Organização Internacional do Trabalho e participou em várias conferências e seminários sobre a temática, entregando propostas concretas para um plano de prevenção de suicídios. Além disso, o sindicato tem vindo a alertar constantemente sobre a importância das condições de trabalho para os agentes.

A maior associação de polícias informa também que, em agosto de 2024, o Governo instituiu grupos de trabalho para desenvolver e monitorizar um programa de saúde mental e prevenção do suicídio nas forças de segurança, tendo ainda sido criado um grupo de análise retrospetiva dos casos de suicídio nas polícias no início do ano.

Segundo Paulo Santos, no entanto, as medidas implementadas até agora pelo Governo ainda não demonstraram resultados significativos.

Estudos indicam que a taxa de suicídio é significativamente mais elevada entre os membros da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública em comparação com a média nacional.