Câmara de Loures assiste 30 famílias após despejos, mas desafios persistem
Após a demolição de construções precárias, 30 famílias procuraram a Câmara de Loures. Contudo, nem todos aceitaram o apoio oferecido, revelando uma situação habitacional complexa.

A Câmara Municipal de Loures emitiu um comunicado a informar sobre a situação das 55 famílias que ocupavam as construções precárias demolidas no Bairro do Talude Militar. Destas, 25 não procuraram os serviços sociais da autarquia.
Das 30 famílias que buscaram apoio social, que incluem um total de 54 adultos e 36 crianças, a câmara revelou que apenas oito destas famílias estão a receber ajuda financeira. Quatorze agregados encontraram soluções de habitação junto de amigos ou familiares, enquanto um recusou totalmente o apoio oferecido e sete não mostraram interesse nas alternativas apresentadas.
A autarquia sublinhou que, até março de 2025, estão registadas cerca de 40 construções precárias nesta zona, embora um recente aumento tenha identificado 152 novas construções ilegais. Para lidar com esta questão, a Polícia Municipal e os fiscais realizam monitorizações diárias e alertam os novos ocupantes sobre a ilegalidade das suas habitações.
No que diz respeito ao apoio social prestado, três famílias aceitaram pernoitar em unidades hoteleiras e receber apoio alimentar, enquanto outra família, após aceitar o auxílio, decidiu regressar ao Bairro do Talude, recusando os serviços oferecidos. Algumas famílias afirmaram ter soluções habitacionais seguras com amigos ou familiares.
Uma família conseguiu autonomizar-se pelo mercado de arrendamento com suporte municipal para pagamento de cauções e renda. Quatro outras famílias estão em trânsito para a autonomia, recebendo assistência similar. Contudo, sete famílias decidiram não usufruir das facilidades de apoio disponíveis.
A Câmara Municipal também detectou 13 pessoas desempregadas em situação vulnerável, que estão a ser acompanhadas por serviços de apoio à empregabilidade e regularização documental. Para reforçar este apoio, técnicos da Câmara estarão em campo, realizando ações informativas e diretas com as comunidades locais.
Adicionalmente, foi solicitado ao Primeiro-Ministro uma reunião urgente para discutir soluções conjuntas para a problemática da habitação e a ocupação ilegal do território, consoante as deliberações realizadas pelos Municípios da Área Metropolitana de Lisboa no passado mês de março.