Mundo

Rússia reafirma compromisso militar na Ucrânia após diálogo com EUA

O Kremlin confirmou a continuidade da sua ofensiva na Ucrânia, desconsiderando a rota diplomática, após conversa entre Putin e Trump que não resultou em avanços.

há 4 horas
Rússia reafirma compromisso militar na Ucrânia após diálogo com EUA

A Rússia anunciou esta semana a impossibilidade de alcançar de forma imediata os seus objetivos na Ucrânia através de negociações diplomáticas, optando assim por continuar com a sua operação militar. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou: "Preferimos resoluções por métodos diplomáticos. Contudo, enquanto tal não for viável, manteremos a operação militar especial".

A afirmação de Peskov surge um dia após uma conversa telefónica entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, Vladimir Putin e Donald Trump, respectivamente, na qual não houve progressos significativos na problemática da guerra na Ucrânia.

Peskov comunicou aos jornalistas que o Kremlin tinha em consideração as declarações de Trump, que expressou descontentamento pela falta de avanços nas negociações de paz durante o diálogo. "Durante a nossa chamada, que foi longa e abordou diversas questões, incluindo a situação no Irão e a guerra na Ucrânia, não estou satisfeito com a falta de progresso", disse Trump.

Na conversa, Trump teria solicitado a Putin que terminasse as hostilidades, ao que o presidente russo contrapôs que não se afastaria dos seus objetivos estratégicos. Durante a sua campanha eleitoral, Trump prometeu que conseguiria encerrar o conflito em 24 horas, caso fosse novamente eleito, assumindo a presidência em janeiro.

Peskov revelou adicionalmente que Putin comunicou a Trump a expectativa de que se alcance um acordo com Kyiv para a data da terceira ronda de negociações diretas, após as já realizadas em Istambul.

O telefonema, que teve a duração de quase uma hora, ocorreu pouco depois de Washington decidir suspender algumas remessas de armas destinadas à Ucrânia, após uma revisão das suas despesas militares.

Este foi o mais recente de vários contatos entre os dois líderes, que tiveram pelo menos seis chamadas este ano, sendo a anterior em 14 de junho, aniversário de Trump. A invasão russa à Ucrânia, que se iniciou em fevereiro de 2022, resultou numa guerra prolongada com recordes de vítimas civis e militares, conforme diversas fontes indicam.

Desde o início da invasão, Putin justificou a ação com a necessidade de "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia. Nas rodadas de negociações anteriores, a Rússia tem exigido que a Ucrânia não se junte à NATO e que reconheça a soberania russa sobre as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, além da Crimeia, anexada em 2014.

#GuerraNaUcrânia #DiplomaciaEmCrise #PutinTrump