Rui Rio critica a falta de evolução na Justiça, atribuindo às eleições a prioridade a temas populares em detrimento de reformas essenciais.
Durante a apresentação do livro "Pela Reforma da Justiça", que compila os textos dos signatários do Manifesto dos 50 e celebra um ano de campanha em defesa de mudanças no sistema judicial, Rui Rio, ex-presidente do PSD, expressou forte descontentamento quanto à falta de progresso nas investigações judiciais em curso.
O ex-líder social-democrata referiu que os recentes desenvolvimentos, incluindo investigações preventivas envolvendo figuras como o primeiro-ministro Luís Montenegro e o líder do PS, Pedro Nuno Santos, demonstram que "a Justiça não aprendeu nada". Segundo Rui Rio, as supostas diferenças são quase impercetíveis e, analisadas ao pormenor, revelam uma inércia que preocupa.
Rui Rio também sublinhou que, mesmo tendo ocupado funções de relevo e participado em diversas candidaturas a primeiro-ministro, prefere deixar para depois as suas explicações sobre os acontecimentos. O ex-presidente do PSD reafirmou, ainda, que a simples substituição do Procurador-Geral da República não implica mudanças substanciais, embora a presença de figuras influentes, como Amadeu Guerra, possa ter um significado positivo.
Em diálogo com o público, Rui Rio discutiu o papel do poder político, criticando a prioridade dada a temas de curto-prazo, que geram votos, em vez de reformas profundas na Justiça. Para ele, enquanto os políticos focarem em temas populares e não pressionarem por mudanças significativas, a estagnação do sistema continuará.
O evento contou ainda com a presença de figuras importantes, como a ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues e a vice-presidente do PSD Leonor Beleza, ressaltando a importância do debate e da sensibilização da opinião pública para acelerar a reforma da Justiça.