Partidos e figuras políticas debatem como abordar o apagão que afetou Portugal e Espanha. Alguns defendem a eficácia de uma comissão técnica, enquanto outros exigem ações imediatas antes das eleições.
A Iniciativa Liberal (IL) defende a criação de uma comissão técnica independente, afirmando que poderá ser decisiva para compreender e resolver o apagão ocorrido, se conseguir identificar as causas e determinar as alterações necessárias para prevenir crises futuras.
Após uma reunião entre vários partidos e o Governo, convocada pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, as questões relativas ao corte generalizado de energia, que abalou Portugal e Espanha e permanece sem explicações, foram intensamente debatidas.
Mariana Leitão criticou a comunicação do Governo, classificando-a de "ineficiente e irregular" e apelou a uma mensagem unificada e frequente para tranquilizar a população. A IL ainda sugeriu um reforço dos protocolos de segurança, da redundância nas infraestruturas críticas, do número de centrais capazes de realizar o "black start" e das interconexões elétricas.
Do outro lado, a porta-voz do Livre, Isabel Mendes Lopes, rejeitou a ideia de a comissão esperar pela posse do novo parlamento após as eleições. Para o Livre, a comissão deve iniciar imediatamente e, paralelamente, lançar um inquérito que envolva instituições locais e os cidadãos, aproveitando a memória recente dos factos.
Enquanto o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, defende que a comissão seja formada por figuras reconhecidas e com mérito comprovado, o Chega também se queixa da falta de comunicação entre o Governo e a Assembleia, realçando a necessidade de maior envolvimento dos partidos.
A deputada do Chega, Rita Matias, evidenciou a escassez de esclarecimentos governamentais e defendeu a aposta noutras fontes de energia, como o carvão ou nuclear. Para o PCP, representado por Paula Santos, o foco deve ser uma política que assegure a soberania energética e um controlo público rigoroso do setor, apoiando um debate aprofundado no parlamento.
Por fim, Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN, manifestou preocupação com a falta de comunicação entre os órgãos de soberania e as entidades governamentais, salientando ainda a ausência de uma abordagem para a emergência veterinária na recente resolução do Conselho de Ministros.