A China acelera a integração de robôs humanoides com IA em diversas áreas, destacando eventos desportivos, avanços agrícolas e investimentos estratégicos que impulsionam a inovação real.
A China tem-se destacado na inserção de robôs humanoides com IA em setores como desporto, agricultura, assistência social e educação, evidenciando uma aposta firme na tecnologia fora dos laboratórios. Empresas como a iFlytek, que recentemente apresentou os seus novos modelos na sede de Hefei, estão na linha da frente deste movimento, contando com apoio institucional e investimento tanto público como industrial.
No passado sábado, Pequim recebeu uma primeira meia maratona mundial com participação oficial de robôs. O robô Tiangong, desenvolvido pela Humanoid, percorreu os 21 quilómetros em 2 horas e 40 minutos, demonstrando capacidades de navegação autónoma e trocas de bateria programadas. Segundo Tang Jian, diretor técnico do projeto, o evento serviu como um rigoroso teste de hardware e software.
A inovação não se limita ao desporto. Em Wuxi, decorrerão os primeiros Jogos Nacionais de Robôs que combinarão provas desportivas, técnicas e de resgate. Entre os participantes encontram-se grandes nomes como Unitree, Ubtech, Xiaomi e AgiBot, num teste de competência dos sistemas que unem processamento de dados a capacidades físicas de movimentação, perceção e manipulação.
Na agricultura, investigadores da Universidade de Fudan desenvolveram um robô cultivador de tomate capaz de realizar tarefas de polinização e colheita com a eficácia de seis operários, utilizando visão 3D, braços robotizados e tomada de decisões autónomas. Os especialistas apontam que o foco da inovação passa agora a dar ênfase à autonomia cognitiva: "O hardware está lá; agora é o cérebro que importa", afirma Ji Chao, CEO da Lingdong Robotics.
A iFlytek, referência na aplicação de IA em ambientes reais, revelou num laboratório em Hefei um robô destinado a testar sistemas de áudio e a integrar processamento cognitivo com ações motoras. Os recentes avanços permitem decisões em tempo real, deteção de obstáculos e adaptação a alterações ambientais.
O incentivo ao setor é reforçado por uma estratégia estruturada, tendo mais de 50 empresas de inteligência incorporada angariado mais de 6.000 milhões de yuans no primeiro trimestre de 2025. Cidades como Shenzhen, Xangai e Pequim já dispõem de fundos públicos dedicados à robótica avançada, complementados por iniciativas como "Um Milhão de Talentos para o Sul de Cantão", destinadas a atrair especialistas nacionais e internacionais.