O programa Norte 2030 lançou dois avisos que somam 10 milhões de euros, visando a criação de redes de polos arqueológicos e o apoio ao desenvolvimento artístico na Região Norte.
Na passada quarta-feira, o programa Norte 2030 anunciou duas novas linhas de financiamento que totalizam 10 milhões de euros, com o intuito de proteger o património arqueológico da região e incentivar a criação artística. A informação foi divulgada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), e insere-se no Plano de Ação Regional para a Cultura, apresentado no verão.
As duas linhas de financiamento consistem num aviso de 4,8 milhões de euros para a criação da Rede de Polos Arqueológicos da Região Norte e um montante igual para a Rede Regional de Centros de Criação -- Ação-Piloto Estruturante.
Sobre a Rede de Polos Arqueológicos, este projeto pretende dar resposta às necessidades de salvaguarda e divulgação do património arqueológico em nível regional e nacional. A proposta é que cada NUT III possa contar com um polo arqueológico devidamente equipado, reconhecido oficialmente pela tutela nacional. Assim, “o Norte torna-se a primeira região de Portugal a dispor de uma rede regional de polos arqueológicos”, sublinha a CCDR-N.
Nos últimos 20 anos, a atividade arqueológica preventiva cresceu substancialmente, resultando na acumulação de milhares de espólios arqueológicos que ainda aguardam uma exploração científica. Jorge Sobrado, vice-presidente da CCDR-N para a Cultura, afirma que este financiamento “possibilitará um trabalho estruturado, essencial para a verdadeira salvaguarda e valorização do património arqueológico”.
A iniciativa também tem como objetivo garantir as condições necessárias para o depósito, inventário, preservação e acesso aos espólios, além de promover a investigação local, a utilização de tecnologias digitais na mediação patrimonial e a valorização cultural associada ao património arqueológico.
Por sua vez, a Rede Regional de Centros de Criação visa impulsionar o desenvolvimento de um ecossistema criativo que suporte e capacite artistas e coletivos. O projeto terá um foco em áreas como as artes performativas, música, fotografia, cinema, entre outras.
“Este investimento é crucial para sanar a carência de espaços adequados para a atividade contínua de estruturas artísticas. Através deste esforço, procuramos, também, promover coesão territorial”, afirma Jorge Sobrado.
Os objetivos incluem a criação de espaços tecnicamente equipados para a criação artística, a promoção das indústrias criativas da região e a implementação de uma agenda cultural regular, não limitada a épocas específicas.
As candidaturas para este financiamento podem ser submetidas até 5 de setembro, com uma taxa máxima de cofinanciamento fixada em 80% para ambas as iniciativas.