Protestos em Varsóvia contra imigrantes ilegais a poucos dias das eleições

Hoje, Varsóvia foi o cenário de uma grande manifestação, onde milhares de cidadãos polacos se reuniram para expressar o seu descontentamento em relação à imigração ilegal, apenas dias antes da primeira volta das eleições presidenciais, marcada para 18 de maio.

Convocados por organizações nacionalistas, os manifestantes, que advogam a defesa da identidade nacional, empunhavam bandeiras brancas e vermelhas, bem como slogans como "isto é a Polónia" e "não à imigração".

A questão da imigração emergiu como um dos temas centrais da atual campanha eleitoral, no contexto em que a Polónia acolhe cerca de um milhão de refugiados ucranianos e enfrenta uma crescente pressão migratória atribuída a manobras de Minsk e Moscovo.

A oposição nacionalista critica a administração pró-europeia de Donald Tusk, argumentando que esta se mostrou demasiado permissiva ao transferir a responsabilidade sobre migrações para a Alemanha, sobrecarregando, assim, a Polónia com um elevado número de migrantes.

A manifestação culminou junto à sede do governo, onde os participantes também elevaram a voz em apoio a Karol Nawrocki, candidato presidencial conservador, que representa o partido Lei e Justiça (PiS) e que ocupa a segunda posição nas sondagens, com cerca de 25% das intenções de voto, atrás de Rafal Trzaskowski com 32%.

Um dos manifestantes, Boguslaw Uchmanowicz, um agricultor de 66 anos, expressou a sua preocupação, afirmando que “a Polónia precisa de se proteger da imigração ilegal. Os migrantes têm os seus próprios países, deixem-nos ficar lá”.

Waclawa Kur, de 72 anos, também se juntou ao protesto, sublinhando que a presença de migrantes coloca em risco a segurança dos polacos, e afirmou que “estamos a lutar por um futuro seguro para os nossos filhos”.

Com a possibilidade de uma segunda volta a 01 de junho, a corrida presidencial promete ser bastante competitiva, com um embate previsto entre Trzaskowski e Nawrocki.