Em Madrid, dezenas de manifestantes, incluindo uma ministra espanhola, clamaram contra o financiamento do projeto da Altri na Galiza, pedindo que o Governo não destine verbas públicas.
Hoje, Madrid foi palco de uma manifestação contra o projeto da empresa portuguesa Altri para a Galiza, com dezenas de pessoas a expressarem a sua oposição. Entre os presentes, destacava-se a ministra do Trabalho e vice-presidente do Governo espanhol, Yolanda Díaz, que se juntou brevemente aos protestos. Os manifestantes exigiram que "nada saia das arcas públicas" para financiar o projeto.
No final de abril, o Governo espanhol decidiu que a Altri não receberia fundos europeus, uma notícia que foi encarada como uma "pequena vitória" pelos organizadores, que consideram esta ser uma das maiores mobilizações civis na Galiza desde a crise causada pelo acidente do petroleiro Prestige.
Um porta-voz da Greenpeace, presente na manifestação, criticou a insistência da Altri em buscar apoios diretos e reiterou que o que os galegos precisam ouvir do Governo central é que não serão alocados fundos públicos para esta iniciativa.
A manifestação foi organizada por diversas associações ambientais que têm estado na linha da frente dos protestos contra o projeto da Altri. Os participantes expressaram a sua indignação através de slogans como "Altri não" e "a nossa terra não se vende".
Entre os adeptos da causa, destacou-se António B., um professor universitário de 57 anos, que se tem unido a todos os protestos e afirmou estar disposto a “colocar-se à frente das escavadoras” se necessário, sublinhando os danos ambientais que o projeto poderá trazer à Galiza.
No mês passado, a filial espanhola da Altri, Greenfiber, assegurou que irá contestar a decisão do governo sobre os fundos e defendeu os supostos benefícios ambientais do seu projeto, que pretende produzir fibras têxteis a partir de celulose.
A Greenpeace informou que o projeto pede, além dos fundos europeus, um total de 250 milhões de euros em financiamentos públicos. A pressão da população tem sido intensa, com manifestações recentes que atraíram entre 20 mil e 50 mil pessoas na Galiza contra a iniciativa.
O Governo espanhol e a Xunta da Galiza, apesar de suas posições contraditórias, têm estado no centro do debate, com promessas de que o projeto cumprirá as exigências ambientais, apesar das críticas sobre a sua viabilidade e os impactos que poderá ter.