Privatização da TAP prevista para breve: O que está a ser preparado
O Governo português planeia a venda de menos de 50% da TAP nas próximas semanas, à procura de um parceiro internacional que impulsione o crescimento da companhia.
O processo de privatização da TAP está a ser preparado para iniciar "nas próximas semanas", com a intenção do Governo de alienar menos de 50% do capital da companhia aérea nacional, conforme anunciado pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.
Em declarações à Bloomberg TV, o ministro esclareceu que o objetivo inclui a procura de um "parceiro internacional" que possa contribuir para o crescimento da empresa, expandindo rotas, aumentando a frota de aeronaves e atraindo mais investimentos.
Além disso, Joaquim Miranda Sarmento sublinhou a importância de recuperar parte do capital investido pelos contribuintes na TAP há quatro anos.
Durante uma entrevista em Bruxelas, à margem da reunião do Eurogrupo, o governante não revelou a avaliação feita por consultoras sobre a empresa, que só será divulgada juntamente com o caderno de encargos que acompanhará o processo de venda.
Sobre os potenciais interessados, o ministro mencionou que recebeu propostas de várias grandes companhias aéreas, manifestando interesse na compra da TAP. Entre elas, a Air France-KLM mantém a intenção de adquirir a empresa, mesmo que o processo enfrente atrasos devido à atual crise política em Portugal.
Em março, Ben Smith, CEO do grupo Air France-KLM, indicou que, embora um atraso de 6 a 12 meses não seja preocupante, é fundamental ter "visibilidade" sobre o processo da privatização o mais rapidamente possível.
Por outro lado, Joe Gill, especialista em aviação da GoodBody Capital Markets, destacou que os grupos International Airlines Group (IAG) e Lufthansa são os candidatos mais favoráveis à privatização, considerando o seu histórico de aquisições bem-sucedidas e a sua solidez financeira.
O Governo já havia revelado que a reprivatização da TAP deveria estar concluída até 2025, com o propósito de vender a totalidade do capital e reaver parte do investimento estatal na companhia, assim como preservar o hubs de Lisboa.
A história da TAP inclui uma privatização em 2015, que foi posteriormente revertida parcialmente pelo governo de António Costa, após a companhia ter voltado ao domínio estatal em 2020 devido ao apoio necessário durante a pandemia de Covid-19.