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"Presidente de El Salvador rejeita acusações de tortura a deportado"

Nayib Bukele defende que Kilmar Ábrego Garcia não foi torturado durante detenção, apresentando fotografias como prova do seu bem-estar.

há 6 horas
"Presidente de El Salvador rejeita acusações de tortura a deportado"

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, negou, na passada quinta-feira, que Kilmar Ábrego Garcia tenha vivido experiências de tortura no Centro de Confinamento de Terroristas (CECOT) após ter sido deportado incorretamente pelos Estados Unidos.

Bukele, numa declaração feita na rede social X (anteriormente Twitter), expressou que as alegações de abuso por parte do jovem de 29 anos são, na sua opinião, aceite sem questionamento pelos media e pelo frágil sistema judicial ocidental. “Aparentemente, tudo o que um criminoso afirma é aceite como verdade”, referiu.

No dia anterior, a defesa de Ábrego Garcia havia denunciado que o jovem teria perdido 14 quilos nas duas primeiras semanas de detenção e teria sido alvo de agressões, incluindo espancamentos severos, privação de sono e tortura psicológica.

Em resposta, o presidente apresentou imagens que, segundo ele, demonstram que o deportado até ganhou peso enquanto esteve detido, reforçando que não apresenta sinais de tortura. “Se ele foi torturado, porque é que parece tão bem nas fotos? Não tem hematomas, por que teria ganho peso?”, questionou Bukele.

Foram também partilhados vídeos que exibem o detido no interior da cela, a realizar exercícios físicos e a receber cuidados médicos regulares.

Por outro lado, a documentação judicial revelada no Tribunal Distrital Federal de Maryland indica que Ábrego Garcia foi agredido a tal ponto que apresentava múltiplas contusões no dia seguinte à sua chegada ao CECOT. O jovem relatou ainda que foi forçado a permanecer de joelhos durante toda uma noite, sendo espancado caso não conseguisse suportar a situação.

Em suas declarações, Ábrego Garcia também destacou as condições desumanas em que os detidos eram mantidos, como a superlotação e a falta de condições de higiene, segundo noticiado pelo The Guardian.

O caso de Ábrego Garcia trouxe à luz as políticas de imigração do então presidente americano Donald Trump, uma vez que ele foi deportado em março, tendo o governo americano posteriormente reconhecido que a expulsão foi ilegítima.

Após o retorno aos EUA em 6 de junho, o jovem enfrentou novas acusações de tráfico de pessoas, mas declarou-se inocente durante a sua primeira audiência em Nashville, Tennessee. Centenas de manifestantes estiveram presentes a exigir a sua libertação e a abolição da agência de imigração ICE.

Embora as autoridades tenham alegado ligações de Ábrego Garcia ao gangue MS-13, a defesa contesta a falta de provas que sustentem tais alegações.

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