Possível diminuição do IRS suscita reações: Oposição poderia ser mal vista pelos cidadãos
O ministro da Economia sugere que a oposição à proposta de redução do IRS não seria bem recebida pela população, destacando a importância do aumento do rendimento disponível.

O ministro da Economia, Manuel Castro Almeida, afirmou hoje que a proposta do Governo para a diminuição do IRS poderá avançar ainda este ano. Durante a inauguração de um novo bloco logístico da Mercadona em Almeirim, no distrito de Santarém, o governante expressou a sua convicção de que qualquer oposição parlamentar à medida não seria bem recebida pelos cidadãos.
“Seria curioso ver partidos a impedir uma redução de impostos para os rendimentos dos trabalhadores”, declarou Castro Almeida, sublinhando que a intenção do Governo é aumentar o rendimento disponível para estimular o consumo.
De acordo com o ministro, uma descida dos impostos resultaria em mais dinheiro no bolso dos trabalhadores, permitindo-lhes tomar decisões de consumo mais abrangentes. “É fundamental que esta medida seja implementada o mais rapidamente possível”, acrescentou.
A proposta, que chegou ao parlamento na quarta-feira, contempla uma redução adicional de 500 milhões de euros no IRS, com cortes variando de 0,4 a 0,6 pontos percentuais, dependendo dos escalões de rendimento.
A urgência do pedido foi aprovada pelo parlamento, com apenas a abstenção do PCP. Durante a cerimónia, Castro Almeida destacou ainda a importância do investimento estrangeiro na região, afirmando que este contribui para a criação de postos de trabalho bem remunerados.
“Este investimento melhora a competitividade e a produtividade em Portugal, fatores essenciais para um aumento salarial”, disse, ressaltando que os salários na Mercadona são "consideravelmente mais altos" do que o salário mínimo nacional.
O ministro defendeu a necessidade de criar condições que incentivem mais investimento e reinvestimento em Portugal, permitindo que os salários sejam competitivos com os do exterior. Além disso, reiterou o compromisso do Governo com a desburocratização e defendeu alterações legislativas para agilizar processos administrativos. “Queremos uma guerra à burocracia. Quando a legislação é um entrave, a solução é alterá-la”, afirmou, mencionando que o Governo está a trabalhar em modificações no regime de licenciamento industrial.