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Portugal Propõe o Cagarro como Novo Indicador da Poluição Marinha

O Governo dos Açores lidera a proposta que adota o cagarro como bioindicador de poluição por plásticos na Região V da OSPAR, aprovada na recente reunião em Vigo.

há 6 horas
Portugal Propõe o Cagarro como Novo Indicador da Poluição Marinha

Uma nova iniciativa do Governo Regional dos Açores, acabada de ser aprovada na reunião ministerial da Convenção OSPAR, designa o cagarro (Calonectris borealis) como bioindicador da poluição marítima por plásticos flutuantes na Região V, que abrange o Atlântico Alargado. A proposta, fruto de um programa de monitorização iniciado em 2015 e da campanha de ciência-cidadã "SOS Cagarro", procura avaliar a quantidade, composição e evolução temporal do plástico ingerido por juvenis de cagarro encontrados mortos durante a época de saída dos ninhos.

Substituindo o fulmar-do-ártico, que não é encontrado nas latitudes mais ao sul, o cagarro é uma espécie emblemática da Macaronésia e uma das aves marinhas mais antigas do planeta, passando a maior parte da sua vida no mar e regressando à terra apenas para reproduzir.

O Governo Regional enfatizou que a aprovação deste novo bioindicador vem reforçar os esforços de colaboração regional, permitindo aos Açores, Madeira e Canárias unirem-se na luta contra a poluição por plásticos numa das zonas mais ricas em biodiversidade do Atlântico. Foi estabelecido um novo limiar de avaliação: apenas 20% das aves analisadas podem conter mais de quatro partículas de plástico nos estômagos, com base em amostras mínimas de 200 aves juvenis recolhidas ao longo de cinco anos consecutivos.

Esta decisão é vista como uma conquista não só científica, mas também política, com a expectativa de que contribua para a implementação dos objetivos da Estratégia Ambiental para o Atlântico Nordeste 2030 (NEAES 2030). O reconhecimento do papel dos Açores na proteção do ambiente marinho é destacado pelo executivo açoriano, sublinhando a sua importante posição na vanguarda da preservação do Atlântico.

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