"Montenegro Emblemático: O Investimento em Defesa como Pilares da Dignidade e Paz"

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, fez uma defesa eloquente do aumento do investimento na área da Defesa, afirmando que tal medida se traduz num compromisso com a dignidade das pessoas. Esta declaração ocorreu à margem da IV Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, que decorre em Sevilha, Espanha.

"Quando investimos em Defesa, estamos, na verdade, a investir na dignidade das pessoas", sublinhou Montenegro, ao falar com jornalistas. O primeiro-ministro destacou que o objetivo deste investimento não é apenas assegurar a paz, mas também dissuadir aqueles que põem em risco a vida humana em diversas partes do mundo. "É nosso dever garantir que as democracias se preservem e floreçam", acrescentou.

Montenegro enfatizou que o reforço da Defesa também visa assegurar que "os cidadãos possam desfrutar de dignidade e ter acesso aos seus direitos e liberdades". Ele expressou que o foco inicial deveria ser os cidadãos que vivem no território nacional e na comunidade europeia, antes de se alargar a outros povos.

No passado dia 5, durante uma cimeira da NATO, Montenegro assumiu o compromisso de atingir 2% do PIB para a Defesa até ao fim do ano, implicando um incremento de cerca de mil milhões de euros. Os aliados da NATO também concordaram em destinar 5% do PIB a despesas relacionadas com Defesa até 2035, com uma revisão prevista para 2029.

A conferência da ONU, que se estende até quinta-feira, tem como foco mobilizar recursos para o desenvolvimento e intensificar a cooperação internacional na luta contra a pobreza. Durante o arranque do evento, representantes de mais de 190 países assinaram o 'Compromisso de Sevilha', que inclui uma série de iniciativas para a próxima década.

Montenegro ainda reforçou a importância de investir no Estado Social, estimular a riqueza e aliviar a carga fiscal, afirmando que, embora o país deva manter as suas responsabilidades na cooperação, aumentou o seu investimento nesta área em cerca de 20% no último ano.

Mais de 60 líderes globais estão presentes na conferência, que se realiza uma década após o evento anterior na Etiópia em 2015. Entre as figuras notáveis estão a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, além de representantes de grandes instituições financeiras, organismos de desenvolvimento e ONG.