Portugal lidera força europeia de reação rápida para garantir valores democráticos

O Exército português, através da Brigada Mecanizada, anunciou a certificação de uma nova força multinacional de reação rápida, a qual será posicionada para lidar com crises internacionais e salvaguardar os valores fundamentais da liberdade e da democracia na União Europeia (UE).

Segundo o Chefe de Estado-Maior do Exército (CEME), general Mendes Ferrão, “esta força é liderada por Portugal e está aqui para proteger os princípios e valores que os Estados-membros da UE defendem. A sua utilização está focada na defesa da democracia e da humanidade”.

O general destacou a relevância do exercício conjunto, enfatizando que, pela primeira vez, o Exército português assume o comando desta força. Durante a conclusão do exercício Orion, realizado no Campo Militar de Santa Margarida (CMSM), Mendes Ferrão esclareceu que a força de reação não se destina a operações de combate, mas sim à estabilização em situações de crise.

“Estamos preparados para missões de estabilização e operações de resposta a crises, mas não para combate de alta intensidade”, afirmou.

O exercício Orion25, que teve início a 5 de maio, envolveu cerca de 1.700 militares de cinco países: Portugal, França, Itália, Roménia e Espanha. O objetivo foi garantir a integração e a interoperabilidade das diversas forças que compõem o grupo de batalha europeu (EUBG) da UE, preparando-as para operações em contextos desafiadores.

O exercício incluiu uma exposição das capacidades e meios das tropas, bem como um componente tático com o uso de armamento real, demonstrando a proficiência técnica e tática das forças presentes. Mendes Ferrão sublinhou a importância de tais exercícios para reforçar a confiança nas capacidades assumidas na defesa da UE.

O Orion25, que é o maior exercício terrestre da força multinacional, conta agora com 2.200 militares em pronto-socorro, todos prontos a intervir em diversas partes do mundo. O general reafirmou o compromisso do Exército português em cumprir os compromissos assumidos tanto com a NATO como com a UE, mencionando a presença de tropas em várias regiões, como a Eslováquia e a Roménia.

“Estamos capacitados e prontos para honrar as nossas obrigações, do início ao fim”, garantiu.

Ele também destacou que o Exército mantém diversas forças em diferentes níveis de prontidão e que os compromissos assumidos na UE não comprometem as obrigações com a NATO, reafirmando a dedicação e eficácia das tropas portuguesas.

Por fim, o general CEME informou que Portugal elevará o seu nível de prontidão para 30 dias a partir de 1 de julho de 2025, ficando entre 5 a 10 dias de prontidão entre 1 de janeiro e 1 de julho de 2026, preparado para responder rapidamente a qualquer necessidade.