O partido Ergue-te reafirma a realização do seu comício eleitoral em Lisboa, desafiando a decisão do presidente da Câmara, Carlos Moedas, que se opôs à manifestação.
A ação de encerramento da campanha do partido Ergue-te está programada para esta sexta-feira, na praça do Martim Moniz, em Lisboa, apesar da oposição expressa pelo presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas.
O autarca argumentou que a decisão de intervir se baseia num parecer da Polícia de Segurança Pública (PSP), datado de 7 de maio, que alertou para o "risco real e fundamentado de perturbação da ordem pública". Moedas mencionou ainda que a realização do comício poderia ser uma "afronta à dignidade das comunidades residentes em Lisboa", especialmente tendo em conta a forte presença da comunidade muçulmana e hindu na zona.
No parecer da PSP, foi destacado que a iniciativa do partido, que incluía uma "refeição coletiva de porco no espeto" e a exibição da cruz cristã, poderia ser interpretada como provocativa para os valores e crenças de diversas comunidades religiosas. A PSP descreveu esta associação como "um gesto ambíguo", com a possibilidade de ser vista como uma tentativa de exclusão cultural.
Em resposta às críticas, Carlos Moedas reafirmou a importância do cumprimento das normas democraticamente estabelecidas, mencionando que "a lei e a ordem são valores dos quais não abdica". O autarca acrescentou que, independentemente da ideologia, todos devem respeitar essas regras.
Enquanto isso, Rui Fonseca e Castro, presidente do Ergue-te, declarou que o partido não se sentirá intimidado: "Não temos medo. A razão está do nosso lado, tanto a moral como a jurídica". Ele confirmou que o evento acontecerá conforme planeado, defendendo que estão prontos para enfrentar os desafios que surgirem.
Por recordar, este não é o primeiro pedido de manifestação do Ergue-te que não foi autorizado pela autarquia, uma vez que uma outra ação planejada para o dia 25 de Abril também foi recusada. As repercussões passadas incluem confrontos entre apoiantes de extrema-direita e manifestantes antifascistas que resultaram em detenções.