Porto: Mobilidade e Habitação em Debate nas Pré-Campanhas a Passos Desiguais
O tema da mobilidade e da habitação capta a atenção dos candidatos à Câmara do Porto, mas as pré-campanhas desenrolam-se a ritmos distintos, com polémicas a marcar a agenda autárquica.

As pré-campanhas para as eleições autárquicas no Porto têm sido dominadas por discussões sobre mobilidade e habitação, temas que reúnem consenso entre os 11 candidatos. Contudo, o ritmo com que estas candidaturas avançam é desigual, com várias controvérsias que têm vindo a destacar-se.
Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL) deu início a esta fase ao avançar com uma petição para suspender a segunda fase do metrobus, criando uma caminhada pela Avenida da Boavista. Apesar de esta ação ter sido um "tiro de partida", o tema do metrobus não tem sido o principal foco do debate, que se concentrou mais nas transportações públicas e na Via de Cintura Interna (VCI).
Uma proposta inovadora para melhorar o trânsito foi apresentada pelo independente António Araújo, que sugeriu a construção de um túnel subaquático entre a Afurada e o Porto, revivendo uma ideia de Luís Filipe Menezes, ex-presidente da Câmara.
No que diz respeito à habitação, os candidatos prometem aumentar a construção de novos fogos, mas as propostas concretas para a criação de arrendamentos sociais ou acessíveis são escassas.
As campanhas estão também a abordar outros temas, como as “sensações de insegurança”, no entanto, os desafios do dia a dia da cidade parecem não estar a ser suficientemente explorados.
A palavra "controverso" foi adicionada à agenda com a possibilidade de construção de três torres de 25 andares em terrenos da futura avenida Nun'Álvares. Ao mesmo tempo, a crítica às decisões de transporte, como as alterações na ligação Porto-Vigo, tem gerado reações, particularmente da parte de Filipe Araújo, o atual vice-presidente.
Na corrida à Câmara do Porto, a CDU destaca-se com a única mulher candidata, a ex-deputada Diana Ferreira. Entre os demais, certos candidatos não são novos rostos, com o Bloco de Esquerda a repetir a candidatura de Sérgio Aires, enquanto outras campanhas têm recrutado a ex-equipa de Rui Moreira.
O período pré-eleitoral também tem sido marcado por insólitos. Em junho, Aníbal Pinto (Nova Direita) foi criticado por uma ação de campanha que envolveu a utilização de um drone para dispersar notas de cinco euros, e Pedro Duarte enfrentou acusações relacionadas com a sua candidatura e a preservação de estatutos ministeriais.
Nesta fase, os candidatos Alexandre Guilherme Jorge (Volt) e Hélder Sousa (Livre) têm tido uma presença mais discreta na agenda mediática. Por outro lado, Bloco de Esquerda e CDU têm seguido uma estratégia tradicional, estabelecendo contatos diretos com a comunidade.
Os nomes que estarão em disputa pela Câmara Municipal do Porto incluem Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (Porto Primeiro), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o vice-presidente Filipe Araújo, António Araújo, Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre) e Miguel Corte-Real (Chega).
Atualmente, o executivo municipal conta com maioritariamente seis eleitos do movimento de Rui Moreira e um vereador independente, com o restante dividido entre PS, PSD, CDU e BE.
As eleições autárquicas estão agendadas para o dia 12 de outubro.