Política

A Competição entre Moderação e Radicalismo na Candidatura à Câmara de Lisboa

Na corrida autárquica de Lisboa, candidatos medem forças entre a moderação do PSD e a proposta radical do PS, numa disputa marcada por acusações e temas sensíveis.

16/08/2025 19:15
A Competição entre Moderação e Radicalismo na Candidatura à Câmara de Lisboa

À medida que se aproxima o fim do mandato de negociação em Lisboa, a corrida à Câmara Municipal intensifica-se entre os representantes dos partidos que têm alternado no poder. Os candidatos estão a posicionar-se em relação a níveis de moderação e radicalismo.

Carlos Moedas, que ainda não sabia que seria o presidente da maior câmara do país quando fez campanha em 2021, voltou a fazer uso do termo "radical" para criticar a oposição, após ter retirado a liderança ao PS liderado por Fernando Medina.

Mesmo antes de Alexandra Leitão ser confirmada como a cabeça de lista do PS, que formou uma coligação com o Livre, BE e PAN, Moedas já a descrevia como representante de um PS radical, referindo-se a um incidente judicial que inviabilizou um referendo sobre alojamento local como “uma grande derrota para a esquerda radical”, enquanto defendia a sua regulação “com moderação”.

Ao reagir à candidatura de Leitão, o autarca destacou que as cidades precisam de moderação e conhecimento, mas a candidata do PS respondeu que o PSD esconde radicalismos por trás de uma falsa moderação. O debate acirrou-se em torno de temas como habitação, saúde urbana e segurança, onde ambos os lados tentam posicionar-se como os mais competentes.

A visão crítica de Moedas acerca da gestão municipal de Alexandra Leitão e Pedro Nuno Santos insistindo que “radicais são os problemas agravados por Moedas” mantém-se viva neste período pré-eleitoral.

Após o anúncio da data das eleições, Moedas consolidou a sua candidatura, advertindo que a escolha se resume à moderação contra o radicalismo que, segundo ele, já prejudicou o país. Em resposta, Alexandra enfatizou que o radicalismo está presente na falta de política habitacional e na degradação das cidades.

Temáticas como habitação, segurança e integração de imigrantes têm dominado a agenda política municipal durante os últimos quatro anos. O vereador João Ferreira do PCP, um dos candidatos mais experientes, criticou a aliança entre o PS e a gestão do PSD que resulta em orçamentos viáveis.

Por outro lado, o movimento Cidadãos por Lisboa, fundado por Helena Roseta, decidiu não participar desta eleição após falhas nas negociações de coligação com o PS.

Atualmente, a câmara é composta por sete membros da coligação de direita, sete do PS/Livre, dois do PCP e um do BE, sem qualquer força hegemónica. A história da câmara revela uma alternância de liderança entre socialistas e sociais-democratas nos últimos anos, exceto por uma exceção no final do século XX.

Desde que assumiu o cargo, Moedas tem sido criticado pela oposição pelo uso de recursos municipais para fins eleitorais e pela formação de uma "força de bloqueio" entre os seus opositores, embora tenha conseguido aprovar todos os orçamentos.

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