Polónia estabelece novos controlos nas fronteiras com Alemanha e Lituânia

O Governo polaco anunciou que irá restaurar controlos temporários nas suas fronteiras com a Alemanha e a Lituânia, a partir do dia 7 de julho. Segundo o primeiro-ministro Donald Tusk, esta decisão é parte de uma estratégia para limitar os fluxos "de idas e vindas de migrantes" que ainda não estão a ser monitorizados de forma adequada pelos serviços de fronteira.

A medida surge após o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, ter proposto políticas de emigração mais rigorosas, uma proposta que já tinha sido divulgada durante a sua campanha eleitoral em fevereiro.

Momentos antes do anúncio de Tusk, Merz revelou que o governo alemão estava em diálogo com Varsóvia, com o objetivo de suavizar o impacto que os controlos de Berlim possam ter nas fronteiras com a Polónia.

Desde que assumiu a liderança em maio, a Alemanha reforçou a sua segurança nas fronteiras, aumentando o número de polícias e estabelecendo que alguns requerentes de asilo seriam rejeitados ao tentar entrar no país. A administração anterior, sob a liderança do SPD, tinha já prorrogado por seis meses os controlos nas fronteiras, na tentativa de reduzir o afluxo de migrantes.

Embora a União Europeia mantenha a zona Schengen, que permite uma movimentação livre de pessoas entre a maioria dos seus estados-membros, esta última decisão sublinha a capacidade dos países membros de reinstaurar controlos fronteiriços em situações de emergência que afetem a segurança interna. Contudo, os controlos devem ser uma medida excecional e temporária.

No passado, Tusk expressou descontentamento em relação a medidas semelhantes da Alemanha, classificando-as de inaceitáveis. Diversos países vizinhos da Alemanha mostraram também desagrado em relação a estes controlos, sublinhando que prejudicam as viagens transfronteiriças diárias e comprometem a livre circulação no espaço Schengen.