Policiais Filipinos Detidos por Envolvimento em Raptos Relacionados a Lutas de Galos
Quinze agentes da polícia foram detidos após denúncias de envolvimento em raptos e homicídios de adeptos de lutas de galos, numa trama macabra que chocou o país.

Quinze membros da polícia das Filipinas foram detidos e estão a ser investigados por suspeitas associadas ao rapto e possível assassinato de, pelo menos, 34 indivíduos ligados a lutas de galos. A informação foi divulgada hoje pelo comandante da polícia filipina.
As vítimas, que desapareceram entre 2021 e 2022, eram acusadas de fraudes nas populares competições de lutas de galos. De acordo com um testemunho recente, os corpos dos desaparecidos terão sido lançados para um lago de um vulcão com a conivência das autoridades policiais.
As pessoas desaparecidas estavam a caminho ou regressavam de arenas localizadas predominantemente na região de Luzon, que inclui a área metropolitana de Manila. Este caso havia sido ignorado até uma testemunha, identificada pelo pseudónimo 'Totoy', ter decidido falar. Esta testemunha acusou um magnata do jogo, ex-patrão, de ter arquitetado os crimes, sugerindo que os cadáveres foram despejados no Lago Taal ou incinerados noutro local.
O general Nicolas Torre III, chefe da polícia nacional, revelou numa conferência que a informação da testemunha fornece elementos essenciais para a investigação. Segundo 'Totoy', os envolvidos nas lutas de galos terão sido estrangulados e mutilados antes de serem descartados no lago.
As informações recolhidas permitem que o Departamento de Justiça prepare queixas formais, também contra o empresário influente, que se nega a reconhecer qualquer culpabilidade. O secretário de Justiça, Jesus Crispin Remulla, afirmou que irá solicitar ao Japão assistência tecnológica para ajudar a encontrar vestígios dos corpos, mesmo após quase quatro anos desde os desaparecimentos.
A ainda comum luta de galos nas Filipinas é frequentemente criticada por organizações de direitos dos animais e está banida em muitos países ocidentais. Contudo, mantém-se um passatempo enraizado na cultura filipina e representa uma fonte significativa de rendimento e emprego na região.
Os aficionados e trabalhadores, agora desaparecidos, eram acusados de manipulação dos combates, utilizando métodos para prejudicar um galo e aumentar as apostas na vitória do adversário.