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Cimeira dos BRICS em Rio de Janeiro marcada por tensões com Trump

A sessão final da cimeira dos BRICS começou hoje no Rio, após Trump ameaçar tarifas a países aliados do bloco, em meio a um contexto de defesa da cooperação global.

há 4 horas
Cimeira dos BRICS em Rio de Janeiro marcada por tensões com Trump

A última sessão plenária dos líderes do BRICS teve início hoje no Rio de Janeiro, num ambiente de crescente tensão após as ameaças do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Este anunciou que aplicará uma tarifa adicional de 10% sobre países que "alinharem" com o bloco de economias emergentes.

O foco da sessão, que se insere na cimeira que começou no domingo, é o tema 'Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global'. O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que preside atualmente o bloco, deu o discurso de abertura.

Durante o primeiro dia da cimeira, os líderes dos BRICS divulgaram uma declaração conjunta, intitulada "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", onde criticaram as "sanções económicas" e "medidas coercivas unilaterais" referindo-se diretamente às tarifas impostas por Washington.

Nesta declaração, expressaram também as suas "sérias preocupações sobre o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio" e são contrárias às normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Embora não tenham mencionado os Estados Unidos de forma explícita, os líderes do BRICS sublinharam as repercussões negativas que as sanções económicas podem ter nos direitos humanos, incluindo o acesso ao desenvolvimento, saúde e segurança alimentar.

Após a publicação da declaração, Trump reagiu ameaçando com tarifas adicionais sobre quaisquer países que optem por apoiar o BRICS, que classificou de "anti-Estados Unidos". O ex-Presidente fez questão de afirmar que "não haverá exceções a esta política".

As respostas por parte de China e Rússia não tardaram. Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, realçou que a cooperação entre os BRICS é "aberta e inclusiva", desmentindo a ideia de que tem como alvo algum país específico. A representante da China enfatizou que "a imposição de tarifas arbitrárias não beneficia ninguém".

A Rússia, por sua vez, minimizou as ameaças de Trump. O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, indicou que tais declarações do ex-Presidente já eram esperadas e que os BRICS operam em função de interesses comuns.

O grupo dos BRICS foi criado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China, tendo a África do Sul juntado-se em 2011. Actualmente, incluem também Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irão, Indonésia e Arábia Saudita, bem como outros 10 países associados.

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