O PCP condiciona a integração numa geringonça à alteração do programa do PS, enquanto o PAN destaca dificuldades de convergência com a AD e defende causas como saúde, habitação e proteção animal.
Numa intervenção na CNN, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, afirmou que o partido só integrará uma eventual geringonça se o PS rever o seu programa, que, segundo ele, não responde suficientemente às necessidades das pessoas e do país. O dirigente referiu problemas concretos, como a carência de médicos e investigadores, a limitação de serviços de urgência e os baixos salários e pensões.
Durante o debate, o PCP defendeu que as soluções devem ser baseadas em propostas pragmáticas e não em imposições fiscais, criticando medidas que beneficiam a banca enquanto os inquilinos e arrendatários são deixados de lado, nomeadamente no que toca à habitação e ao IRS Jovem.
Por outro lado, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, sublinhou que o partido se coloca como uma força responsável e alinhada com as grandes preocupações dos portugueses. No entanto, afirmou que a aproximação com a Aliança Democrática é "muito difícil", especialmente após as recentes medidas que diminuíram a proteção dos animais.
O debate acalorado incluiu ainda o tema das touradas. Paulo Raimundo destacou que alguns assuntos não podem ser impostos por decretos, citando a tradição das touradas que deve ser discutida pelo próprio povo, enquanto Inês Sousa Real argumentou que a questão deve ser pautada pelo respeito e empatia pelos animais.
Em matéria ambiental, a porta-voz do PAN pediu a suspensão imediata da exploração de lítio em Boticas, no distrito de Vila Real, para proteger as populações locais e preservar a rota do lobo ibérico.
No encerramento do debate, Paulo Raimundo apelou à participação massiva nas cerimónias do 25 de Abril, num momento em que os desafios nacionais se mostram tão grandes.