PAN e Livre em Debate: Confronto de Visões na Ecologia e Políticas Sociais

Num confronto televisivo, transmitido pela RTP, os representantes do PAN e do Livre expuseram as suas opiniões sobre questões-chave que moldam o futuro do país. A discussão centrou-se nas divergências sobre políticas de ecologia, habitação, saúde e a regulamentação da morte medicamente assistida.

Proteção ambiental e ecologia: A porta-voz do PAN criticou o Livre, acusando-o de não ter incluído propostas relacionadas com a proteção animal nem o fim da extração de minerais em mar profundo no processo de revisão constitucional 2023/2024. Em resposta, Rui Tavares destacou a importância de uma visão ecológica abrangente, sublinhando que as iniciativas dos dois partidos têm vindo a ser aprovadas em conjunto na grande maioria dos casos, apesar de divergirem em matéria climática.

Habitação e medidas sociais: No tema da habitação, Rui Tavares defendeu a criação de um Serviço Nacional de Habitação, que garantiria o direito universal à habitação, custeado através de uma taxação sobre os lucros extraordinários das áreas que se beneficiaram da crise imobiliária. Por outro lado, Inês Sousa Real condenou os sucessivos fracassos governamentais nesta área, sugerindo a eliminação do regime de residentes não habituais e medidas de incentivo à reabilitação e à habitabilidade através de apoios direcionados às cooperativas.

Saúde e proteção social: Na área da saúde, Rui Tavares alertou para a concorrência desleal do Sistema Nacional de Saúde face ao setor privado, propondo intermediários que garantam uma transparência mútua entre ambos os lados, nomeadamente em condições salariais. Enquanto isso, Inês Sousa Real colocou em destaque propostas inovadoras do PAN, como a total remuneração da baixa médica para doentes oncológicos e a criação de um SNS para animais, financiado com a redução dos apoios às touradas.

Violência doméstica e regulamentação da eutanásia: A discussão estendeu-se à violência doméstica, onde Inês Sousa Real apelou ao fim da "guerra dos sexos" e à implementação de medidas como a atribuição de pensões a órfãos decorrentes de violência doméstica. Rui Tavares manifestou a sua preocupação, defendendo medidas de apoio, como a atribuição de um subsídio de desemprego às vítimas. No encerramento, ambos os líderes comentaram a decisão do Tribunal Constitucional sobre a inconstitucionalidade de normas relativas à morte medicamente assistida, com promessas de reavaliação e reparos conforme o acórdão.