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OMS alerta para a morte de 57 crianças em Gaza devido à fome

há 3 horas

A Organização Mundial da Saúde revelou que 57 crianças faleceram por desnutrição em Gaza, resultado do bloqueio Israelita. Sem ajuda, a crise humanitária agudiza-se drasticamente.

OMS alerta para a morte de 57 crianças em Gaza devido à fome

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou, numa conferência de imprensa realizada em Genebra, que 57 crianças perdendo a vida devido à fome na Faixa de Gaza desde março, consequência direta do bloqueio humanitário imposto por Israel ao território palestiniano. O representante da OMS para os Territórios Palestinianos Ocupados, Rik Peeperkorn, alertou que as crianças que sobreviveram até agora estão expostas a sérios problemas de saúde que podem acompanhá-las ao longo da vida.

A OMS enfatizou que, caso a crítica situação humanitária persista, cerca de 71.000 crianças com menos de cinco anos poderão ser afetadas por desnutrição aguda nos próximos 12 meses, muitas delas lutando contra "um ciclo vicioso de falta de alimentos".

Peeperkorn criticou o embargo à ajuda humanitária, afirmando que apenas 500 crianças a sofrerem de desnutrição aguda estão a receber assistência, o que representa uma ínfima parte das verdadeiras necessidades urgentes existentes. "Os danos provocados pela falta de alimentos são duradouros", alertou, referindo problemas cognitivos e outros, e acrescentou que “sem acesso a alimentos e água potável, uma geração inteira estará comprometida”.

Com recursos armazenados na Cisjordânia a aguardarem transporte para Gaza, Peeperkorn referiu que a atual crise é uma das mais severas em termos de fome a nível global e está-se desenvolvendo enquanto falamos.

As suas declarações surgem logo após a publicação de um relatório da ONU que aponta para a possibilidade de que uma em cada cinco pessoas em Gaza possa vir a passar fome. Peeperkorn alertou para a necessidade urgente de permitir que a assistência humanitária chegue a Gaza, com 31 camiões da OMS a aguardarem em al-Arish, Egito, a poucos quilómetros da passagem de Rafah.

O representante da OMS acompanhou o seu alerta com a condenação de ataques a centros médicos, sublinhando que estes "não podem ser considerados alvos legítimos" na ofensiva israelita, que recentemente culminou em ataques ao hospital Nasser, resultando na morte de duas pessoas, incluindo um jornalista.

“A saúde não é um alvo”, reiterou Peeperkorn, reiterando o apelo à preservação das instalações de saúde e à implementação de medidas que conduzam ao fim do bloqueio, libertação de reféns e ao estabelecimento de um cessar-fogo duradouro.

A ofensiva em Gaza foi desencadeada após um ataque do grupo radical Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou em cerca de 1.200 mortos e 250 reféns, conforme disseram autoridades israelitas. A retaliação de Israel provocou a morte de mais de 52.900 pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, o qual governa Gaza desde 2007, e causou devastação em grande parte das infraestruturas do enclave, que abriga 2,4 milhões de habitantes.

A ofensiva israeliita, retomada em março após um cessar-fogo de janeiro, tem vindo a impor severas restrições à entrada de ajuda humanitária, em desrespeito às constantes solicitações de organizações internacionais, como a ONU, para que a vida da população não seja posta em risco devido à fome e doenças.

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