Brasil é solicitado para mediar encontro entre Zelensky e Putin

Hoje, Andrii Sybiha, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, anunciou que solicitou ao Brasil que exerça a sua “voz autoritária” nas conversações com Moscovo, visando viabilizar um encontro entre os Presidentes da Ucrânia e da Rússia, na Turquia.

Na sua mensagem publicada na rede social X, Sybiha referiu: “Conversei com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, sobre os esforços de paz e o desenvolvimento de contactos diplomáticos. Enfatizei a importância de um cessar-fogo incondicional de 30 dias como um passo fundamental para negociações eficazes.”

Ele acrescentou que o Presidente Zelensky está preparado para se reunir com Putin e pediu o apoio brasileiro para garantir que este encontro ao mais alto nível aconteça. Segundo o Governo brasileiro, Vieira e Sybiha discutiram também a Declaração conjunta Brasil-China e a iminência de negociações entre representantes da Rússia e da Ucrânia. O executivo brasileiro manifestou, por meio das redes sociais, a sua satisfação com a abertura de negociações de paz por parte de Putin e com a resposta positiva de Zelensky.

Ainda assim, o Governo brasileiro, em comunicado com a China, expressou esperança de que ambas as partes consigam encontrar um entendimento que leve ao início de conversações que respeitem as preocupações legítimas de todos os envolvidos. O Brasil e a China reiteraram a necessidade de uma solução política para a crise na Ucrânia, visando um acordo de paz duradouro e justo.

Recentemente, o Governo russo tem mantido em sigilo a composição da sua delegação e a presença de Putin nas possíveis negociações, que podem representar as primeiras discussões diretas entre Kiev e Moscovo desde o início da invasão em 2022. Face à incerteza sobre a participação do líder russo, Zelensky apelou aos aliados ocidentais para imporem severas sanções caso Putin não se faça presente nas reuniões.

Zelensky afirmou que estará na Turquia e se comprometeu a fazer tudo ao seu alcance para que o encontro com Putin se concretize, bem como para assegurar um cessar-fogo. O Kremlin, por sua vez, não comentou as declarações do Presidente ucraniano, reiterando que a Rússia continua a preparar-se para as negociações agendadas.

A proposta de reunião surgiu da parte de Putin, que sugeriu o início de negociações diretas a 15 de maio, em Istambul.