Mutualista Montepio investe 4,8 milhões para evitar influência estatal
A Associação Mutualista Montepio Geral aplicará 4,8 milhões de euros para impedir que o Estado se torne acionista do Banco Montepio, refere uma fonte oficial.

A Associação Mutualista Montepio Geral irá desembolsar aproximadamente 4,8 milhões de euros para impedir que o Estado adquira ações no Banco Montepio, conforme indicado por uma fonte oficial à Lusa.
O foco deste movimento reside no regime dos ativos por impostos diferidos, que permite ao Estado transformar créditos fiscais em ações do banco, dando-lhe assim a possibilidade de se tornar acionista. Para contornar essa situação, os acionistas têm a possibilidade de adquirir os direitos, uma decisão que será tomada pela mutualista Montepio, que é a proprietária do Banco Montepio.
A fonte oficial confirmou que "a Associação Mutualista Montepio Geral manifestou a intenção de exercer o direito potestativo de aquisição dos direitos de conversão, conforme previsto no Regime Especial Aplicável aos Ativos por Impostos Diferidos (REAID). Estimamos que o valor esteja próximo dos 4,8 milhões de euros."
Esta informação foi inicialmente divulgada na quarta-feira pelo jornal Público.
Adicionalmente, o Banco Montepio agendou uma assembleia geral para o dia 31 de julho, onde será discutido "o aumento de capital social do Banco Montepio" e a habilitação dos acionistas a exercer o "direito potestativo de aquisição dos direitos de conversão que estão sob a tutela do Estado".
A Associação Mutualista Montepio Geral encabeça o Grupo Montepio, que abarca diversas empresas, com o banco a ser a mais proeminente. Com mais de 600 mil associados, a mutualista registou lucros de 210 milhões de euros em 2024, um crescimento de 87,5% em relação ao ano anterior.
A título comparativo, os lucros do Banco Montepio alcançaram um valor sem precedentes de 109,9 milhões de euros em 2024, apresentando uma expansão quase quatro vezes superior aos ganhos de 2023.