A agência de gestão de emergências dos EUA, FEMA, teve um novo administrador nomeado após o afastamento do antigo chefe, que expressou preocupações sobre propostas de desmantelamento da organização.
A FEMA, a agência americana encarregada da resposta a catástrofes, passou por uma alteração significativa na sua liderança, a poucos dias do início da época dos furacões. Cameron Hamilton, que ocupava a posição de administrador interino, foi destituído após um depoimento no Capitólio onde manifestou a sua oposição a propostas que visavam desmantelar a organização, a qual desempenha um papel crucial na coordenação da assistência em desastres naturais.
Durante o seu depoimento, Hamilton afirmou: "Não acredito que seja do interesse do povo americano eliminar a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA)", segundo a agência Associated Press. A mudança no comando aconteceu apenas um dia depois deste testemunho.
O presidente Donald Trump, que já havia criticado o desempenho da FEMA, especialmente na resposta ao furacão Helene na Carolina do Norte, sugeriu que a responsabilidade pela gestão de furacões e outras crises deveria ser transferida para os estados, em vez de permanecer sob a alçada do governo federal.
O novo líder temporário da FEMA, David Richardson, é um ex-oficial do Corpo de Fuzileiros Navais com experiência militar em várias regiões, incluindo o Afeganistão e o Iraque. Contudo, não possui antecedentes em gestão de desastres naturais, estando atualmente no Departamento de Segurança Interna como secretário assistente para o combate a armas de destruição maciça.
A equipa da FEMA foi informada sobre a nova liderança através de um curto e-mail. No mês passado, o presidente Trump estabeleceu um conselho de revisão com o objetivo de "reformar e otimizar o sistema de gestão de emergências e de resposta a catástrofes do país", conforme indicado pelas autoridades de Segurança Interna.
No entanto, Hamilton, durante o seu depoimento perante uma subcomissão da Câmara dos Representantes, expressou preocupações sobre a burocratização da FEMA, afirmando que a agência se transformou numa "burocracia federal sobrecarregada", abrangendo a gestão de emergências de diversas magnitudes.