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Movimento de Habitação Critica Autarca de Loures por Gestão das Demolições

O coletivo Porta a Porta contestou as recentes declarações do presidente da Câmara de Loures, argumentando que as demolições no Bairro do Talude Militar pioraram a situação das famílias afetadas.

há 12 horas
Movimento de Habitação Critica Autarca de Loures por Gestão das Demolições

O movimento Porta a Porta manifestou hoje o seu desagrado em relação às declarações do presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, sobre as demolições de edificações ilegais no Bairro do Talude Militar. O autarca, que se pronunciou através de um vídeo nas redes sociais, afirmou que não irá desistir das demolições e garantiu apoio às famílias afetadas, acusando opositores de se aproveitarem da vulnerabilidade da população.

Ricardo Leão salientou que a questão é complexa e não pode ser resolvida apenas pela câmara, garantindo que todas as pessoas foram informadas antes, durante e após a intervenção na área do Talude.

No entanto, o Porta a Porta - Casa para Todos, que defende o direito à habitação em Portugal, critica a abordagem do autarca, acusando-o de criar uma narrativa sem se ter informado de forma direta. "Ele afirma que as demolições visam assegurar a segurança e dignidade dos cidadãos, mas a realidade é que essas ações resultaram em maior insegurança e desrespeito pela dignidade humana", declarou o movimento.

O coletivo questiona a seriedade de Ricardo Leão e considera que a sua maneira de decidir se assemelha a práticas de regimes opressivos. Afirmam que as promessas de apoio realizadas pelo autarca são enganosas, sublinhando que notificar a população na noite de uma sexta-feira para uma demolição numa segunda-feira não é, de todo, um ato de apoio.

Além disso, o movimento revelou que durante a operação de demolição, não houve técnicos de apoio social presentes no local. As primeiras intervenções sociais ocorreram 48 horas após as demolições, sem soluções concretas. “As pessoas continuam a viver entre os destroços gerados pelas ações do autarca e do PS na câmara”, afirmaram.

O Porta a Porta também expressou a sua indignação pela continuação deste caminho por parte de Ricardo Leão. "Este autarca provocou uma tragédia que afeta diretamente vidas, o Estado de Direito e a dignidade humana", foi a conclusão do movimento.

A operação de demolição, que visava destruir 64 habitações precárias onde residem 161 pessoas, incluindo crianças e idosos, foi interrompida após um tribunal aceitar uma providência cautelar.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) iniciou um inquérito sobre esta situação, que continua a gerar controvérsia.

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