Morre Kiki Lima, ícone das artes plásticas cabo-verdianas

O arquipélago de Cabo Verde encontra-se em luto após o falecimento de Kiki Lima, um dos mais proeminentes artistas plásticos do país, aos 72 anos. O presidente e o Governo cabo-verdianos manifestaram as suas condolências através de mensagens nas redes sociais, sublinhando a perda de um “embaixador” da cultura nacional.

Kiki Lima faleceu esta madrugada em Lisboa, onde se encontrava a receber tratamento médico, conforme informou o seu irmão, Mick Lima, à Rádio de Cabo Verde (RCV). Nascido a 15 de abril de 1953 na Ponta do Sol, na ilha de Santo Antão, Kiki era amplamente reconhecido por muitos como um dos maiores pintores da história de Cabo Verde.

A Presidência da República destacou a sua "paixão e dedicação à arte", que serviram de inspiração a várias gerações e o descreveu como um "verdadeiro embaixador" da cultura cabo-verdiana. Além da pintura, Lima também deixou uma marca significativa como músico e estudioso da música tradicional, com álbuns notáveis como Txuva e Midje Má Tambor.

O Ministério da Cultura considerou a sua morte uma grande perda, afirmando que Kiki Lima foi uma figura incontornável que cruzou linguagens visuais com a música e o design. A sua carreira, que incluiu mais de mil obras e duas centenas de exposições individuais, destaca-se por um estilo vibrante e uma total entrega à identidade cabo-verdiana.

Kiki Lima formou-se em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e desenvolveu uma obra que vai além da pintura. Em 2012, numa entrevista à Lusa, ele declarou ser "partidário da mulher" e abordou a sua abordagem artística, que explora a figura feminina vinculando a pintura à música.

O legado de Kiki Lima permanece vivo nas coleções de arte contemporânea, posicionando-o como um verdadeiro pioneiro nas artes plásticas de Cabo Verde.