Num debate televisivo, Luís Montenegro e André Ventura confrontam-se sobre salários, saúde, economia e políticas, criticando a paridade de soluções entre partidos e o rumo do governo.
No debate realizado na SIC e moderado por Clara de Sousa, os líderes políticos Luís Montenegro (PSD) e André Ventura (Chega) envolveram-se numa discussão intensa que ultrapassou o tempo previsto. Entre os temas abordados estavam as questões salariais, os desafios do sector da saúde e as discrepâncias dos cenários económicos, destacando diferenças nas projeções definidas pela AD e pelo Chega.
O foco centrou-se na avaliação da utilidade do número de deputados no Chega. Montenegro afirmou que, segundo ele, “tanto faz ter um deputado ou 50”, defendendo que a postura e o trabalho do partido permanecem inalterados independentemente da representação parlamentar. Para ele, os eleitores do Chega poderiam encontrar uma nova esperança ao optarem pela AD, onde as medidas apresentam resultados mais eficazes.
Em resposta, André Ventura criticou duramente a semelhança entre as soluções propostas pelo PSD e pelo PS, acusando ambos de oferecerem respostas análogas aos problemas do país. Segundo Ventura, terminar-se-ia por distribuir “mais tachos” pelo país, evidenciando a continuidade de políticas que, na sua visão, favorecem uma casta política complacente. Ainda, o líder do Chega defendeu que as suas propostas, em matéria económica, estão em consonância com as previsões do Conselho de Finanças Públicas, enquanto criticava o que considerava as expectativas irreais do programa da AD.
Um destaque do debate foi a referência feita por Montenegro ao facto de, para Ventura, seja irrelevante aumentar o número de deputados, apontando para uma repetição de discursos independentemente da representação. Ventura, por sua vez, recordou iniciativas passadas em que o Chega votou ao lado dos socialistas em projetos como a eliminação das portagens, medida que, segundo ele, beneficiava apenas os interesses políticos. No decorrer da discussão, o debate ainda passou por comentários que aludiam à postura adotada por Ventura – inclusive sublinhando o uso simbólico de uma gravata cor-de-rosa – evidenciando as divergências quanto ao apoio e à cumplicidade política entre os partidos.
No encerramento, as divergências entre as avaliações económicas dos programas dos dois lados tornaram-se ainda mais nítidas. Enquanto Montenegro estimou um impacto orçamental de 40 mil milhões de euros para o plano de Ventura, este último rebateu afirmando que o verdadeiro irrealismo reside na proposta apresentada pela AD e lançou a crítica mordaz: “Onde está então o adulto na sala?”.