O líder da AD, Luís Montenegro, aborda a situação da imigração em Portugal, destacando os recentes indícios de irregularidades e defendendo uma política mais rigorosa.
Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática e do Partido Social Democrata (PSD), proferiu um discurso incisivo durante um comício em Paredes, no distrito do Porto, focando na problemática da imigração em Portugal. O seu discurso surge na sequência do anúncio do Governo de que foram emitidas 4.574 notificações para o abandono do território nacional por cidadãos estrangeiros em situação ilegal, parte de um plano mais amplo que prevê 18 mil indeferimentos.
Montenegro criticou a actual situação da imigração, referindo que há um ano Portugal enfrentava "a balbúrdia instalada no setor da imigração." O presidente do PSD sublinhou a necessidade de uma política que não apenas regule, mas que também promova uma abordagem humanista, garantindo “dignidade” no acolhimento dos imigrantes. "A pobreza combate-se criando riqueza," afirmou, defendendo que é crucial reter jovens talentos e atrair trabalhadores qualificados de outros países.
Para ilustrar a gravidade da situação, Montenegro recordou a existência de 400 mil processos pendentes que envolviam cidadãos que manifestaram interesse em residir em Portugal. "O Estado sabia sobre isso zero," criticou, realçando a falta de controlo e integração adequada desses indivíduos.
Diante deste cenário, Montenegro deixou claro que é imperativo que aqueles que não seguem as normas de imigração devem ser repatriados. "A regulação só existe quando o não cumprimento das regras acarreta consequências," explicou, alertando para o risco de uma falta de responsabilidade que resulta da ausência de penalizações.
De acordo com estimativas oficiais, espera-se que Portugal tenha cerca de 1,6 milhões de estrangeiros residentes em 2024, conforme o relatório da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA). No entanto, a recente decisão do Governo gerou críticas de vários partidos, que alegam que a medida não é mais do que uma "campanha" para angariar votos.