Moçambique Advoga por Nova Abordagem ao Financiamento Climático na ONU
O presidente moçambicano, Daniel Chapo, apresenta novas propostas em Sevilha, destacando a importância da colaboração global para enfrentar os desafios financeiros dos países em desenvolvimento.

No início da IV Conferência Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento, que decorre em Sevilha, Espanha, o presidente de Moçambique, Daniel Chapo, sugeriu uma inovadora Parceria Global para o Financiamento Climático. Este modelo foi concebido para responder às necessidades dos países mais vulneráveis.
Chapo destacou que "é crucial colocar o financiamento climático, a industrialização inclusiva e a capacitação estratégica no centro das prioridades globais." Através da colaboração internacional e da implementação de boas práticas, acredita que será possível construir um futuro mais justo e sustentável.
A conferência, que contará com a presença de mais de 190 Estados-membros da ONU até à próxima quinta-feira, visa reestruturar a mobilização de recursos destinados ao desenvolvimento, tendo em conta que a ajuda pública atualmente apresenta um défice de quatro biliões de dólares por ano, conforme apontado pela ONU.
O líder moçambicano apresentou cinco propostas, considerando a conferência uma "oportunidade estratégica" para debater "soluções concretas e inovadoras que enfrentem os desafios financeiros dos países em desenvolvimento", enfatizando a importância da "cooperação multilateral".
A primeira proposta sublinhou a criação de uma "Parceria Global para o Financiamento Climático Baseado em Resultados", direcionada a países altamente vulneráveis e a projetos de adaptação com baixa emissão de carbono.
Além disso, foi sugerida a instituição de Bancos de Desenvolvimento, focados na industrialização rural e na economia verde, bem como a instalação de uma "plataforma continental de inclusão financeira digital", destinada a jovens e mulheres, facilitando o acesso a micro investimentos através de 'fintechs' africanas.
Moçambique também defendeu mecanismos multilaterais para a gestão sustentável da dívida, alinhando-se com as propostas do "Compromisso de Sevilha", assinado por mais de 190 nações. A última proposta apresentada por Chapo foi a criação de um "Compacto Global para a Formação de Capital Humano", que incluiria centros regionais de excelência.
O Presidente reafirmou o compromisso de Moçambique com reformas estruturais e uma "visão clara de transformação económica", fundamentada em boa governação, infraestrutura estratégica, e sustentabilidade ambiental. Este entendimento está em consonância com as necessidades expressas na conferência da ONU, que pede uma arquitetura financeira global mais inclusiva.
Chapo elogiou a conferência por enfatizar instrumentos inovadores, como o financiamento misto, e sublinhou a urgência de fortalecer os Bancos Nacionais de Desenvolvimento, considerados essenciais para dinamizar a economia, particularmente num contexto de apoio às Pequenas e Médias Empresas e à agricultura.
Mais de 60 líderes mundiais estão presentes na conferência para discutir o financiamento para o desenvolvimento, uma nova oportunidade dez anos após a anterior edição realizada na Etiópia.