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Microplásticos: uma ameaça silenciosa ao microbioma intestinal

Um estudo recente revela que a ingestão de nanoplásticos de poliestireno afeta negativamente as bactérias intestinais em camundongos, podendo comprometer a saúde intestinal.

18/06/2025 10:50
Microplásticos: uma ameaça silenciosa ao microbioma intestinal

A presença cada vez mais comum de microplásticos nos nossos ambientes levanta preocupações sobre os seus efeitos na saúde humana. Um estudo inovador, publicado na revista Nature Communications, explora essas inquietações ao investigar como os microplásticos podem influenciar a saúde do microbioma intestinal.

Realizado por investigadores da Universidade Nacional Cheng Kung, em Taiwan, o estudo focou na administração de nanoplásticos de poliestireno a camundongos durante um período de 12 semanas. Os nanoplásticos, que são fragmentos diminutos de plástico, apresentavam apenas 100 nanómetros, um tamanho muito inferior à espessura de um fio de cabelo humano.

A análise dos efeitos nos animais revelou alterações significativas, incluindo uma diminuição na produção de proteínas essenciais que ajudam a preservar a integridade intestinal e uma modificação nos níveis de diferentes tipos de bactérias. As populações de bactérias benéficas, como as do género Lactobacillus, mostraram uma redução, enquanto as potencialmente prejudiciais, como as Ruminococcaceae, aumentaram. Curiosamente, uma bactéria chamada Lachnospiraceae demonstrou a capacidade de ingerir os nanoplásticos.

Essas alterações nas bactérias tiveram um impacto na maneira como estas secretavam vesículas extracelulares, resultados que por sua vez prejudicaram a produção de muco intestinal, essencial para a proteção intestinal. O microbiologista Wei-Hsuan Hsu destacou que este estudo é pioneiro ao demonstrar como as partículas plásticas podem perturbar a comunicação entre as células intestinais e micróbios específicos, alterando a composição microbiana de formas que podem ser prejudiciais à saúde dos camundongos.

Embora as implicações desses resultados possam ser complexas para quem não possui formação em biologia, é evidente que a saúde intestinal dos camundongos deteriorou. Consequentemente, existe uma preocupação crescente sobre o aumento do risco de complicações de saúde associadas a esses novos dados.

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