O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ao seu homólogo sírio, Ahmad al-Charaa, a salvaguarda de todos os sírios. Al-Charaa reafirmou que a segurança do povo sírio é a prioridade das autoridades.
Em reunião no Palácio do Eliseu, em Paris, Emmanuel Macron fez um apelo claro a Ahmad al-Charaa, presidente interino da Síria, solicitando a proteção de todos os cidadãos sírios, "independentemente da sua origem, religião ou convicções". O líder francês enfatizou a importância de que as autoridades sírias responsabilizem os responsáveis pela recente onda de violência inter-religiosa, que vitimou a comunidade drusa e a minoria alauita, e pediu que os autores destes crimes sejam "processados e julgados".
Macron reiterou que a União Europeia deve aplicar sanções rigorosas contra aqueles que perpetraram esses atos violentos. Em paralelo, ele propôs um "aumento gradual" do levantamento das sanções económicas à Síria, caso a atual coligação islamita no poder consiga estabilizar o país.
A visita de al-Charaa a França foi controversa, especialmente entre a direita e a extrema-direita, devido às suas implicações passadas com o terrorismo islâmico. O presidente sírio, que chegou ao poder em dezembro passado após a queda do regime de Bashar al-Assad, argumentou que a segurança do seu povo é a sua "prioridade máxima" e que as sanções europeias representam um entrave à reconstrução da Síria. "Não há justificação para estas sanções, pois estão a ser impostas ao povo e não ao indivíduo responsável pela opressão", declarou al-Charaa.
Ainda na quarta-feira, realizou-se uma manifestação na Place de la République, em Paris, onde dezenas de membros de minorias religiosas sírias expressaram o seu descontentamento. A sucessão de massacres recentemente ocorridos no oeste do país, que resultaram em 1.700 mortes, maioritariamente da minoria alauita, levantou dúvidas sobre a capacidade das novas autoridades de controlar facções extremistas associadas.