A Suíça e os Estados Unidos decidiram avançar rapidamente nas negociações comerciais, visando minimizar o impacto das tarifas impostas pela administração Trump.
A Presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, e o Ministro da Economia, Guy Parmelin, encontraram-se na passada sexta-feira com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e Jamieson Greer, representante comercial dos EUA, num hotel nas encostas de Genebra.
Keller-Sutter expressou otimismo ao comentar que "o comprometimento dos EUA em acelerar o processo é encorajador", numa conferência de imprensa após o encontro.
Os representantes norte-americanos não se pronunciaram publicamente, mas divulgaram um breve comunicado que indicava que "as duas partes concordaram em apressar as negociações comerciais recíprocas". Além disso, reconheceram "a ambição da Suíça nas discussões".
As autoridades suíças aproveitaram a visita de altos funcionários dos EUA, que também se reunirão com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, neste fim de semana, visando atenuar as tensões da guerra comercial iniciada por Donald Trump.
Este encontro representa o diálogo de maior importância desde o surgimento de conflitos comerciais e, segundo Keller-Sutter, a Suíça enviará uma "declaração de intenções" aos EUA, com a possibilidade de uma delegação suíça visitar Washington em breve para discutir a elaboração de "um acordo em princípio", semelhante ao que foi acordado com o Reino Unido na quinta-feira.
As autoridades suíças estão a intensificar os seus esforços para mitigar o impacto das tarifas. No entanto, Parmelin deixou claro que "procurar soluções não implica aceitar qualquer tipo de acordo".
Em abril passado, a Suíça foi destacada na lista de países que enfrentam tarifas pesadas pelo Presidente Trump, que ameaçava impor taxas punitivas de 31% nas exportações suíças para os EUA, devido ao seu excedente comercial. Embora haja uma pausa temporária nas tarifas, a pressão continua.
No ano de 2024, a Suíça registou um excedente de 38,5 mil milhões de francos (41,1 mil milhões de euros) nas transações comerciais com os EUA, o que pode dificultar a obtenção de um acordo favorável.
O secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, referiu que, mesmo que os países com excedente comercial se comprometam a abrir os seus mercados, o máximo a alcançar em termos de concessões poderá ser de 10%.
Além disso, a reunião de Keller-Sutter e Parmelin com o vice-primeiro-ministro chinês abordou a modernização do acordo de comércio livre com a China, que já está em vigor há cerca de uma década, com expectativas de uma nova delegação chinesa retornar em julho.