A redução de mercúrio na atmosfera: um sucesso notável das políticas ambientais

Nos últimos 20 anos, os níveis de mercúrio na atmosfera caíram cerca de 70%, uma melhoria significativa atribuída à diminuição das emissões provenientes da atividade humana. O mercúrio, que é libertado tanto por processos naturais quanto por atividades humanas, tem formas particularmente perigosas, como o metilmercúrio, que representam riscos para a saúde humana.

Um estudo publicado na revista ACS ES&T Air revela que esforços globais, como a implementação da Convenção de Minamata sobre o Mercúrio, têm sido eficazes na redução das emissões. A pesquisa foi liderada por Yindong Tong, que destacou a importância das políticas ambientais para mitigar a poluição por mercúrio.

Os dados obtidos pelos investigadores abrangem quatro décadas de monitorização, com uma ênfase particular nos níveis de mercúrio perto do Monte Evereste. "Os nossos achados indicam que a poluição atmosférica de mercúrio está a diminuir”, afirmou Tong.

A atividade humana, incluindo a queima de combustíveis fósseis e a incineração de resíduos, é uma das principais fontes de emissão de mercúrio. Apesar disso, cerca de 62% do mercúrio na atmosfera actualmente provém do solo, que está a libertar mais mercúrio acumulado devido a alterações climáticas. A análise dos isótopos de mercúrio ajudou os investigadores a distinguir entre novas emissões e o mercúrio já armazenado no solo.

Para entender as variações nos níveis de mercúrio atmosférico ao longo do tempo, a equipa recolheu folhas da planta perene Androsace tapeta, que cresce no Monte Evereste. Essa pesquisa forneceu uma janela de dados sobre as concentrações de mercúrio desde 1982, permitindo concluir que as concentrações total de mercúrio elemento caíram 70% entre 2000 e 2020.

Com base nas conclusões sobre os isótopos de mercúrio, os especialistas acreditam que a redução das emissões de mercúrio causadas por atividades humanas foi uma das principais motoras da diminuição global. Embora os esforços contra as emissões antropogénicas tenham demonstrado sucesso, os investigadores alertam que é crucial abordar as reemissões provenientes do solo para garantir a continuidade desta tendência positiva.