Rui Tavares, do Livre, considerou a possibilidade de uma comissão de inquérito à Spinumviva, empresa do líder do PSD, caso este mantenha o posto de primeiro-ministro.
Rui Tavares, porta-voz do Livre, levantou a hipótese de solicitar uma comissão parlamentar de inquérito à Spinumviva, a empresa de Luís Montenegro, presidente do PSD, se este for reeleito como primeiro-ministro. A declaração foi feita após uma visita à Associação Refúgio dos Gatos do Bairro, no Seixal, distrito de Setúbal.
Tavares, que esteve acompanhado pelo deputado Paulo Muacho, confirmou que a proposta de uma CPI não é a prioridade do Livre, dado que o partido não tem a prática de solicitar frequentemente tais inquéritos.
No nono dia da campanha eleitoral, o porta-voz reiterou que o Livre não confia nas intenções políticas de Montenegro, argumentando que este se recusa a esclarecer questões ligadas à sua empresa familiar. "É evidente que estamos perante alguém que não se apresenta de forma transparente e a continuidade de Montenegro como primeiro-ministro seria uma notícia negativa para a política nacional", afirmou.
O dirigente do Livre expressou preocupação sobre o impacto que a presença de Montenegro no cargo poderia ter, afirmando que quaisquer decisões relacionadas com a Spinumviva estariam sob suspeita: "Se Luís Montenegro continuar a liderar, as suas escolhas que afetem clientes da Spinumviva estarão sempre envoltas em desconfiança", frisou.
Tavares questionou ainda qual seria a reação de Montenegro se estivesse na oposição. "O que ele diria se fosse um primeiro-ministro de outro partido a enfrentar esta situação?", indagou.
Além disso, Tavares criticou Montenegro por ter expressado irritação ao ser questionado sobre a Spinumviva. "Esse desconforto ao abordar questões importantes revela uma má disposição para a liberdade de imprensa", concluiu.
Nas legislativas de 10 de março de 2024, o Livre conseguiu eleger o primeiro deputado por Setúbal, obtendo 21.552 votos, o que corresponde a 4,29% dos votos.