Rui Tavares, porta-voz do Livre, sublinhou hoje que um eventual acordo para uma governação à esquerda deverá ser formalizado por escrito, refletindo um verdadeiro programa de governo.
Rui Tavares, o porta-voz do Livre, afirmou esta manhã que o seu partido exigirá um acordo formalizado por escrito para integrar uma possível governação de esquerda. Durante uma visita à Associação Refúgio dos Gatos do Bairro, no Seixal, Tavares enfatizou que este pacto não deve ser meramente uma versão alterada de um programa eleitoral, como sucedia no tempo do PS sob a liderança de António Costa.
"O que queremos é um programa de governo que os cidadãos e a imprensa possam avaliar e escrutinar ao longo de toda a legislatura", declarou o líder do Livre, reiterando a importância de um compromisso sólido e negociado.
Desde o início da campanha, Tavares tem promovido a ideia de uma cooperação à esquerda para afastar Luís Montenegro da liderança. Ele explicou que, se surgir a oportunidade, o seu partido exigirá uma negociação intensa e setorial para definir as diretrizes do programa de governo.
O dirigente adiantou que este processo pode ser complicado e longo, mas poderá envolver a colaboração de peritos e técnicos que ajudem a fundamentar as decisões a partir de dados estatísticos e administrativos.
"Pretendemos que o acordo resulte num programa que todos os cidadãos conheçam e que tenha por base um compromisso claro e duradouro, abrangendo questões orçamentais e de investimento fundamentais", frisou Tavares.
Ele também destacou a necessidade de que cada orçamento seja negociado tendo em consideração este acordo, prevenindo que os excedentes orçamentais sejam utilizados de forma política por cada primeiro-ministro. "Não queremos que recursos, fruto do esforço coletivo, sejam mal geridos em período de campanha", concluiu.