Limites às Rendas: Solução Transformadora ou Risco Latente?

Num confronto de ideias à porta das legislativas de 18 de maio, a bloquista Mariana Mortágua, do Bloco, e o liberal Rui Rocha, da IL, debateram intensamente as propostas na área da habitação, entre outros temas como defesa e saúde.

Mariana Mortágua defendeu a aplicação de tetos às rendas, citando exemplos de países como Alemanha e Holanda, onde, segundo ela, a medida tem contribuído para equilibrar a situação habitacional, sobretudo considerando que a renda média ultrapassa muitas vezes o salário médio dos portugueses. “Esta é uma solução que funciona e faz falta a Portugal”, defendeu, frisando a relevância da medida perante as reais dificuldades dos cidadãos.

Em contrapartida, Rui Rocha criticou a proposta, afirmando que os tetos às rendas estão sempre associados a "telhados de vidro". O líder da IL apresentou diversos exemplos, mencionando experiências em cidades e países como Berlim, Irlanda, Barcelona e Suécia, onde a aplicação desta política teria levado a resultados negativos e gerado menos alternativas no mercado imobiliário.

Para Rui Rocha, a medida acabaria por limitar as soluções habitacionais e prejudicar as gerações futuras, defendendo um modelo que apostasse na construção mais intensa e dinâmica – “construir mais, construir mais depressa e construir mais alto”. Por sua vez, Mortágua acusou a IL de favorecer apenas a construção de habitações para os ricos, sublinhando a necessidade de políticas que realmente diminuam os preços das casas, inspirando-se em modelos bem-sucedidos noutros países.