O novo Papa, Leão XIV, traça paralelos com Leão XIII e aborda a dignidade humana em tempos de revolução digital e inteligência artificial.
No seu primeiro discurso perante o Colégio Cardinalício, o recém-eleito Papa Leão XIV, ex-cardeal Robert Prevost, explicou a razão por trás da sua escolha de nome, que homenageia Leão XIII. O antigo Papa, conhecido pela Encíclica Rerum Novarum, focou nas questões sociais durante a primeira grande revolução industrial. Durante a sua intervenção, Leão XIV frisou que a Igreja disponibiliza a sua rica doutrina social para enfrentar os novos desafios impostos pela revolução digital e pela inteligência artificial, que colocam a dignidade humana, a equidade e os direitos no centro do debate social.
Na reunião com os cardeais, que ocorreu na tarde de quinta-feira, o Papa reafirmou a importância da colaboração mútua. “Queridos cardeais, vós sois os meus colaboradores mais próximos, o que me conforta, uma vez que aceitei um fardo que está bem além das minhas forças, assim como seria para qualquer outra pessoa”, partilhou.
Leão XIV sublinhou que cada Papa deve ser um "humilde servo de Deus e dos irmãos", elogiando a vida do seu antecessor e a grandeza da Igreja, que se revela pela variedade dos seus membros. No seu discurso, relembrou os momentos de ternura e devoção que a comunidade demonstrou ao despedir-se do Papa Francisco, falecido a 21 de abril, aos 88 anos.
O novo Papa reafirmou a sua adesão aos princípios traçados pelo Concílio Vaticano II, evidenciando a necessidade de uma Igreja que dialogue com o mundo contemporâneo. Com uma clara inspiração no seu antecessor, Leão XIV destacou a importância do regresso ao primado de Cristo, da conversão missionária da comunidade cristã, da sinodalidade e do cuidado com os marginalizados.
Robert Francis Prevost, natural de Chicago e com ascendência espanhola, foi eleito Papa após dois dias de conclave. Pertence à Ordem de Santo Agostinho e foi bispo de Chiclayo, no Peru, além de já ter ocupado o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos.