Juvenal Bucuane conquista o prestigiado Prémio José Craveirinha de Literatura
O escritor moçambicano Juvenal Bucuane foi anunciado como o vencedor do Prémio de Literatura José Craveirinha 2025, o mais importante galardão literário em Moçambique, pela AEMO.

A Associação dos Escritores de Moçambique (AEMO) revelou hoje que Juvenal Bucuane é o laureado do Prémio de Literatura José Craveirinha 2025, um dos mais prestigiados reconhecimentos na esfera literária do país.
O júri, presidido pela escritora e ensaísta Sara Jonas, elogiou Bucuane pelo seu papel fundamental na preservação da memória coletiva e na promoção do memorialismo na literatura moçambicana. Destacaram ainda que a sua produção literária é objeto de estudos e debates em diversos círculos académicos e literários.
O júri justificou a sua decisão sublinhando que Bucuane se destaca como uma figura central na literatura de Moçambique, com um vasto reconhecimento a nível público.
O Prémio de Literatura José Craveirinha, que atribui um montante de 25.000 dólares (aproximadamente 21.700 euros), foi criado em 2003 em homenagem ao poeta José Craveirinha, que foi também um dos fundadores da AEMO. Desde a sua fundação, até 2007, o prémio era concedido ao melhor livro do ano; desde 2009, passa a premiar a trajetória de escritores, poetas ou ensaístas cuja obra tenha enriquecido a literatura e a cultura moçambicanas.
A cerimónia de entrega do prémio está agendada para 23 de junho, conforme comunicado da AEMO.
Juvenal Bucuane, natural da província de Gaza, nasceu a 23 de outubro de 1951. É um membro activo da AEMO, onde já ocupou funções como secretário-geral e vice-presidente da Assembleia Geral. É graduado em Linguística e Direito pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Entre as suas obras notáveis destacam-se 'A Raiz e o Canto' (1984), 'Requiem: com os olhos secos' (1987), 'Xefina' (1989), 'A Denúncia' (2003), 'Epicentro' (2005), 'Sal da Terra: Histórias do nosso chão' (2005), 'Crendice ou Crença -- Quando os manes ancestrais se tornam deuses' (2012), 'Geração Charrua: Uma juventude literata ao ritmo do seu tempo 1963-1986' (2022) e 'Masingita -- ou a subtileza do incesto' (2022), entre outras publicações.
É também cofundador da revista literária 'Charrua', que já não se encontra em circulação, e foi coordenador da página 'Ler e Escrever' no jornal Domingo durante os anos 90.