Jejum Intermitente: Potencializando a Performance do Cérebro

O jejum intermitente tem vindo a ser reconhecido não só como uma ferramenta eficaz para o controlo do peso, mas também como uma estratégia promissora para a saúde cerebral. Baseado num padrão de períodos de restrição calórica — com exercícios que variam entre 12 e 48 horas — e intervalos de alimentação habitual, este método ecoa os hábitos dos nossos antepassados, adaptados à disponibilidade esporádica de alimentos.

Estudos recentes indicam que este regime pode desencadear alterações metabólicas e celulares que favorecem a neuroplasticidade, melhorando o funcionamento dos neurónios e protegendo contra o declínio cognitivo. Ao contrário de outras dietas, o jejum intermitente não requer alterações drásticas na ingestão de nutrientes para beneficiar a função cerebral.

Com diversas variantes — como a alimentação com restrição de tempo, o jejum em dias alternados ou a dieta 5:2 — a prática adapta-se a diferentes estilos de vida, ganhando apoio tanto na comunidade científica quanto entre os entusiastas de saúde e bem-estar. Durante os períodos de jejum, o fígado produz corpos cetónicos, nomeadamente o β-HB, que se transformam na fonte de energia principal para o cérebro, aumentando a eficiência energética e a capacidade de resposta ao stress.

Adicionalmente, o jejum intermitente está associado ao aumento do Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF), uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurónios, a plasticidade das sinapses e, consequentemente, para a aprendizagem e a memória. Evidências provenientes de estudos com humanos e animais sugerem que esta prática pode ser benéfica mesmo na gestão de condições como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla, epilepsia e alguns transtornos de humor.