Israel intensifica ofensiva em Gaza com foco na derrota do Hamas
O exército de Israel anunciou o reforço das operações na cidade de Gaza, visando uma ofensiva decisiva contra o Hamas, enquanto o conflito se arrasta há 22 meses.
O chefe do Estado-Maior do exército israelita, Eyal Zamir, declarou que foram aprovados planos para uma nova fase na guerra, focando as operações na cidade de Gaza, no norte do território palestiniano. Durante uma visita à Faixa de Gaza, Zamir sublinhou que “manteremos o ímpeto da operação”, referindo-se à ofensiva de larga escala que começou em meados de maio deste ano, no contexto de um conflito que já dura 22 meses.
Segundo Israel, Gaza é vista como um dos bastiões do movimento islamita Hamas. Zamir mencionou que os ataques prosseguirão até que o Hamas seja “decisivamente derrotado”, tendo os reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro de 2023 como uma preocupação central.
O movimento Hamas reagiu de forma crítica, acusando Israel de planear uma nova onda de violência e deslocamento forçado, considerando as declarações sobre a ocupação da cidade como um “crime de guerra” que ignora as leis internacionais e humanitárias.
Israel está a preparar-se para tomar o controlo da cidade de Gaza e de campos de refugiados adjacentes, com o plano de travar o Hamas e libertar os reféns. Na semana passada, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou a aprovação deste novo plano de operações, que sucede a uma ofensiva anterior.
O chefe do exército afirmou ainda que a campanha actual não é um evento isolado, mas parte de uma estratégia de longo prazo que, segundo ele, tem como alvo o Irão, embora não tenha feito referência ao plano elaborado por Netanyahu.
Nos últimos dias, as tropas israelitas têm realizado operações nos arredores da cidade de Gaza, onde os civis relatam intensos bombardeamentos e incursões. No sábado, o Cogat, órgão do Ministério da Defesa encarregado dos assuntos civis nos territórios palestinianos, anunciou que começaria a fornecer tendas e outros abrigos para a população deslocada para o sul da Faixa de Gaza.
O Hamas denunciou esta ação como uma manobra de engano para disfarçar a iminência de um massacre e um deslocamento forçado da população.
A rádio militar de Israel relatou que o exército pretende não só retirar a população da cidade de Gaza até 7 de outubro, mas também concluir o cerco e estabelecer controle operacional sobre a área. Estão previstas mobilizações significativas, com pelo menos quatro divisões destacadas para a operação, incluindo várias brigadas de reserva, que totalizam dezenas de milhares de soldados.