União Europeia critica a expulsão de meios de comunicação na Guiné-Bissau
A Comissão Europeia manifestou desagrado pela expulsão de jornalistas portugueses na Guiné-Bissau, considerando a medida uma séria ameaça à liberdade de imprensa e expressão no país.

A porta-voz da Comissão Europeia para a política externa, Anitta Hipper, expressou hoje a sua desaprovação em relação à expulsão de jornalistas de meios de comunicação portugueses pela Guiné-Bissau, classificando-a como uma "restrição inaceitável" à liberdade de expressão.
Na passada sexta-feira, o governo guineense tomou a decisão de expulsar as delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP, ordenando que os seus jornalistas deixassem o país até à próxima terça-feira e suspendendo as suas emissões de forma imediata. A razão por detrás desta ação não foi especificada.
Anitta Hipper sublinhou que "uma sociedade inclusiva deve contar com uma multiplicidade de vozes", reforçando a importância da diversidade na comunicação.
Em visita a Cabo Verde, o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, evitou clarificar os motivos da expulsão, afirmando que se trata de uma questão que envolve apenas a Guiné-Bissau e Portugal. "Não vou comentar sobre Portugal aqui em Cabo Verde", afirmou.
Quando questionado sobre a liberdade de expressão no seu país, Sissoco Embaló desafiou a imprensa a verificar por si mesma, recusando a ideia de que esses princípios estivessem ameaçados na Guiné-Bissau.
A visita do Presidente à Cabo Verde visa prestar solidariedade aos cabo-verdianos afetados pela tempestade que atingiu São Vicente em agosto, resultando em várias vítimas e danos significativos. A deslocação ao país irmão, que deveria ter ocorrido na sexta-feira, foi adiada por problemas técnicos com o seu voo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português condenou a expulsão dos jornalistas, descrevendo-a como "altamente censurável e sem justificativa adequada", e anunciou a intenção de solicitar explicações ao governo guineense.