Israel expressa vontade de estreitar laços com Síria e Líbano
O ministro Gideon Sa'ar revelará o interesse de Israel em normalizar relações com a Síria e o Líbano, destacando a importância dos Acordos de Abraão e a proteção dos interesses de segurança do país.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Sa'ar, revelou recentemente que o governo israelita está "interessado" em normalizar relações com a Síria e o Líbano, como parte da expansão dos Acordos de Abraão.
Sa'ar mencionou, durante uma conferência de imprensa, que Israel pretende alargar o "círculo de paz" estabelecido com países como os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos, através destes acordos, assinados em 2020 sob a mediação dos Estados Unidos.
O ministro sublinhou que, embora desejem integrar estes vizinhos nesta nova fase, Israel não está disposto a comprometer a segurança nacional, reafirmando que os Montes Golã continuarão a ser considerados parte integral do território israelita."Os Montes Golã são uma linha vermelha para nós em qualquer negociação de paz", frisou.
Este território, que Israel capturou da Síria durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, tem sido um ponto fulcral nas questões de segurança regional, e Israel aplica as suas leis no local há 40 anos.
Apesar da situação caótica na Síria, que Israel tem explorado para consolidar sua presença, há um claro desejo de estabelecer relações diplomáticas. No domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comentou que o cenário pós-conflito com o Irão deu origem a novas "amplas possibilidades regionais".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anteriormente incentivou outros países do Médio Oriente a seguir o exemplo e normalizar relações com Israel.
Recentemente, o enviado norte-americano para a Síria, Tom Barrack, salientou, numa entrevista à agência de notícias Anadolu, que a Síria e o Líbano deveriam tomar passos em direção à paz com Israel.
Além disso, Tzachi Hanegbi, conselheiro de Segurança Nacional de Israel, indicou em junho que o país estava em discussões para este efeito.
Entretanto, a escalada de conflitos na região, desencadeados pelos ataques do Hamas no início de outubro, levou a uma intensificação das hostilidades, com Israel a realizar operações contra o Hezbollah no sul do Líbano. Apesar de um cessar-fogo temporário, as forças israelitas permanecem ativas na área.
A recente mudança no regime sírio após um golpe militar em dezembro também permitiu a Israel bombardear locais associados ao regime deposto, reforçando ainda mais a complexidade da situação regional.