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Irlanda sob pressão de Israel por proposta de proibição de importações

O ministro israelita Gideon Saar alertou que a Irlanda enfrentará consequências severas se avançar com a proibição de produtos de territórios ocupados, considerando a proposta antissemita.

16/07/2025 17:40
Irlanda sob pressão de Israel por proposta de proibição de importações

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, expressou hoje ameaças à Irlanda, anunciando que poderiam haver represálias caso o Parlamento irlandês decida implementar uma proibição à importação de produtos oriundos dos territórios palestinianos ocupados, nomeadamente da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental.

“Esta proposta é antissemita. Se for aprovada, a Irlanda terá de enfrentar as consequências”, declarou Saar, enfatizando que o governo israelita já está a planear “medidas severas” em resposta a tal decisão.

O ministro sublinhou que a proposta irlandesa, que será debatida após o período de férias de verão, se fundamenta no local de residência dos judeus, conforme reportado pelo jornal The Times of Israel.

Recentemente, a Comissão de Negócios Estrangeiros do Dáil Éireann realizou uma discussão sobre esta legislação, que, caso prospere, poderá ser a primeira deste género a ser aprovada por um Estado-membro da União Europeia.

A Irlanda tem-se destacado como uma das vozes mais críticas da UE em relação à ação militar israelita contra a Faixa de Gaza, que se intensificou após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023.

No final de 2024, Israel tomou a decisão de fechar a sua embaixada em Dublin, em resposta à Irlanda ter decidido apoiar um processo judicial movido pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza.

A partir desse momento, Israel tem proferido várias críticas e ataques verbais contra as autoridades irlandesas, que, juntamente com países como Espanha, Eslovénia e Luxemburgo, solicitaram à UE a revisão do acordo de associação com Israel, de acordo com o artigo 2.º do protocolo sobre direitos humanos.

Em maio de 2024, a Irlanda, em conjunto com a Noruega e a Espanha, reconheceu oficialmente o Estado da Palestina.

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